A ANDA estreia, com exclusividade, uma série de matérias recheadas de pesquisa, entrevistas, curiosidades e indagações com o propósito de sensibilizar a população, as autoridades e a Justiça sobre o alto grau de periculosidade das pessoas que matam animais em série ou em massa e cujo rastro de sangue e dor pode ser contido se forem investigadas, detidas e monitoradas.
Animais incendiados ou enterrados vivos, espancados até a morte, enforcados, torturados, envenenados ou mortos por injeção letal – todos esses procedimentos são comuns em psicopatas. O alvo predileto: criaturas frágeis, ingênuas, indefesas, fáceis de enganar, capturar e manter sob seu domínio – e os animais se enquadram em todos os itens, assim como as crianças, mulheres e idosos que, numa segunda etapa da vida de um psicopata, podem se tornar seus alvos.
Segundo estudos do FBI, na sua grande maioria (cerca de 80%), os psicopatas começam a carreira matando animais. Por isso, em países como Estados Unidos e Inglaterra, os matadores de animais já são tratados e julgados de forma diferenciada que avança para muito além do crime de maus-tratos a animais. Nesses locais já se entende que deter esses indivíduos ou monitorá-los, quando começam a matar animais na infância, representa uma medida preventiva, de proteção não somente aos animais, mas a toda a sociedade.
Assinadas pela jornalista Fátima Chuecco, colaboradora da ANDA e sempre atuante no jornalismo pela causa animal, as matérias levantarão os casos dos psicopatas mais famosos do Brasil e no Exterior a fim de instigar a reflexão e motivar que casos onde se percebe comportamento psicopata sejam avaliados de forma mais ampla e recebam a punição adequada para evitar que os crimes continuem se propagando e, inclusive, migrando, da matança de bichos para o assassinato de pessoas.
Histórias impressionantes desfilarão pela série que estará também fornecendo canais para denúncias e dicas de como identificar indivíduos de perfil psicopata.
Afinal, eles estão entre nós e muitas vezes ninguém percebe! Podem se esconder no disfarce de um simpático ou bondoso vizinho. É muito importante denunciar todo e qualquer matador de animais seja ele matador em série, em massa ou temporário.
Deter esses indivíduos salva a vida de animais e de pessoas. À propósito, no Brasil, 80 mil crianças desaparecem por ano. É um número extraordinariamente alto. Elas somem sem qualquer indicio de seqüestro ou pedido de resgate e podem estar caindo nas mesmas mãos daqueles que assassinam animais.
Capítulo Dois: A enfermeira que matou a yorkshire Lana
Camilla, a assassina da yorkshire (Foto: Reprodução)
No final de 2011 o Brasil se chocou com um vídeo em que uma enfermeira espancava uma yorkshire. Pela data das gravações, a tortura durou um mês ao final do qual a frágil cachorrinha foi encontrada morta, não se sabe se por conseqüência do espancamento freqüente ou se teve sua vida abreviada no dia em que a polícia decidiu vistoriar o apartamento de Camilla Correa Alves de Moura Araújo dos Santos, em Goiânia.
A cena da cachorrinha molhada e tremendo de medo, se escondendo da agressora, dificilmente se apagará da memória de milhares de pessoas. A enfermeira alegou “ter sido mal interpretada”. Disse que a cachorrinha estava dando muito trabalho, sujando a casa toda e que não bateu com intenção de matar, mas de “educar”. No vídeo pode-se ver até mesmo a filha da enfermeira, de dois anos, correndo atrás da mãe com uma enorme pá de lixo na mão como que se dispondo a limpar a casa.
Camilla pode pertencer a uma categoria chamada “psicopata temporário” que, segundo a ciência, não comete crimes em série (repetidamente ao longo de meses ou anos) nem em massa (vários de uma só vez) mas, por outro lado, não controla sua agressividade quando exposta a alguma situação de estresse e pode, nessas ocasiões, transferir sua frustração ou ódio para um animal, filho ou qualquer outra pessoa. Nessa categoria podem se enquadrar outros agressores e matadores de animais como aqueles que com pauladas tornam um bicho paraplégico ou que botam fogo ou esfaqueiam o próprio animal.
Camilla não apenas é enfermeira como também é casada com um médico. Um casal que, à princípio, as pessoas imaginam terem “vocação” para salvar vidas, sejam quais forem. E um detalhe chama a atenção: a vizinha que denunciou a enfermeira disse que a yorkshire não foi o primeiro animal de Camilla. Ela a viu com outros cães antes que, misteriosamente, sumiram da noite para o dia.
Apesar do crime assumido, Camilla foi apenas multada em R$ 1, 5 mil e sua prisão é improvável por conta da brandura das leis brasileiras que, inadvertidamente, deixam de enxergar nas pessoas que maltratam ou matam animais indivíduos de alta periculosidade. Perigo para bichos e para crianças e pessoas indefesas.
Quadrilha de enfermeiras assassinas
Psicopatas podem estar em todas as profissões e em todos os lugares mas, geralmente, agem de forma isolada ou com um ajudante (membro da família, amigo, amante, discípulo ou admirador de seus atos). No entanto, quando escolhem o campo da Enfermagem para agir costumam encontrar parceiros com a mesma sádica tendência.
Em março desse ano, dois enfermeiros uruguaios confessaram terem matado 16 pacientes idosos com o intuito de “abreviar o sofrimento deles”. Na época cogitou-se que os dois chegavam a disputar quem matava mais, trocando mensagens pelo celular cada vez que faziam uma vitima. Há suspeita que as mortes ultrapassem bem mais o número de 16, chegando a 200 pacientes.
Mas o caso mais tórrido aconteceu em 1983 no Lainz General Hospital, onde trabalhavam no turno da noite Waltraud Wagner (24 anos), Maria Gruber (de apenas 19), Ilene Leidolf (21 anos) e Stephanija Mayer (43). É notório que três das assassinas eram bem jovens, assim como a enfermeira que matou a yorkshire Lana. Durante seis anos o quarteto matou 49 pacientes com overdose de medicamentos e uma técnica que as enfermeiras chamavam de “tratamento para higiene oral”, no qual a cabeça da vítima era mantida inclinada para trás e se despejava água por sua garganta até provocar afogamento.
Elas confessaram 49 mortes, mas suspeita-se que Waltraud, que iniciou sua carreira de assassina mais cedo, tenha matado cerca de 200 pessoas. No início elas alegaram “mortes misericordiosas” aos doentes terminais (mesmo discurso dos enfermeiros do Uruguai), mas depois admitiram que alguns dos pacientes apenas davam muito trabalho sujando as camas – praticamente a mesma alegação de Camilla com relação a yorkshire. É curioso notar como as justificativas se assemelham.
Porém, a mais macabra parte dessa história não é a série de crimes e sim o desfecho. Todas as enfermeiras foram presas em 1989. No entanto, Waltraud e Ilene conseguiram condicional em 2008, escapando da pena de perpétua. As outras duas foram libertadas alguns anos antes. Alguém tem dúvida que elas continuaram matando?
“Sou a enfermeira da Morte”
Genene, a enfermeira da Morte (Foto: Reproduçào)
Jones tinha sede de matar crianças. Pelo menos 20 morreram de ataque cardíaco ou hemorragia enquanto estavam sob seus cuidados na Terapia Intensiva Pediátrica do Bexar Country Medical Center Hospital, no Texas. Na ocasião ela brincou com a situação e disse: “Vão começar a pensar que sou a enfermeira da morte”.
Foi demitida e passou a trabalhar em uma clínica pediátrica, também no Texas, onde muitas crianças adoeceram sem explicação aparente. Um bebê vacinado pela enfermeira foi a óbito nesse mesmo local e então as investigações levaram a crer que Genene estava ligada a pelo menos 47 mortes. Foi presa em 1983 e receberá condicional em 2017.
Enfermeira matou 350 homens
Kristen, O Anjo da Morte (Foto: Reprodução)
Os pacientes do Veteran`s Affairs Medical Center, nos Estados Unidos, começaram a morrer de ataque cardíaco no início dos anos 90. Kristen Gilbert, a enfermeira que mais tarde seria apelidada de O Anjo da Morte, era quem cuidava deles naquela época. No estoque do hospital, sempre desaparecia uma quantidade grande de Epinefrina – droga que estimula o coração. Durante sete anos, 350 homens morreram na ala controlada por Kristen. Ela confessou parte dos assassinatos sem qualquer resquício de arrependimento. Cumpre perpétua.
Dr Morte
Dr Morte Harold Shipman (Foto: Reprodução)
O Dr. Harold Shipman era perito em matar. Em 2000, um inquérito concluiu que ele matou 250 pessoas, embora um total estimado em 500 tenha morrido estando sob seus cuidados. Cerca de 80% das vítimas era do sexo feminino e de idade avançada. Ele se enforcou na prisão, na Inglaterra, em 2004, um dia antes de completar 58 anos.
Embora não se tenha feito levantamento de maus-tratos a animais no passado desses assassinos aqui citados, diversos estudos apontam que grande parte dos psicopatas começa matando animais. Os que seguem carreira médica quase sempre “treinam” em animais durante a infância e adolescência e ficam eufóricos com as aulas práticas envolvendo cobaias, mas não com o intuito de salvar vidas e sim pelo prazer mórbido de destruí-las como é caso derey Dahmer.
Paramédico decapitava cães e comia vítimas humanas
Um dos caos mais horripilantes é de Jefrey Dahmer que assassinou 17 homens entre o final dos anos 70 e início dos 90. Antes de matar fazia experiências “médicas” com as vítimas, além de abusar sexualmente delas. Depois ainda comia algumas partes dos corpos. No depoimento disse que, num só período, chegou a matar uma pessoa por semana. Em sua geladeira foram encontradas várias cabeças humanas. Mas a história tétrica não termina aqui. Ele também chegou a tomar banho com três pessoas mortas na banheira.
Dahmer se formou paramédico e chegou a atuar na profissão. Era um homem bonito e atraente, mas solitário e com tendência ao alcoolismo. Os investigadores tinham certeza de que encontrariam algum problema mental ou trauma que pudesse justificar as crueldades e canibalismo. Mas Dahmer, aparentemente, não tinha motivos físicos nem psicológicos para cometer tantas atrocidades.
Um detalhe chamou a atenção
Muitas das peças do quebra-cabeça de Dahmer estavam em sua infância. Por volta dos 10 anos de idade ele tinha a mania de “colecionar” animais mortos, a maioria cães. Ele chegava em casa com os corpos alegando que tinham sido atropelados na estrada. O pai de Dahmer relatou que uma vez ele prendeu partes de um cão morto em uma árvore e pendurou a cabeça numa estaca. Ele também decapitava ratos.
Foi condenado a 957 anos de prisão, mas dois anos depois de preso teve o crânio rachado por outro detento que, curiosamente, usou a mesma ferramenta com a qual Dahmer fez sua primeira vítima: uma barra de halterofilismo.
Sua mãe doou seu cérebro para estudos, mas não foi encontrada nenhuma anomalia. Testes avançados identificam nos cérebros dos psicopatas baixa atividade nas áreas ligadas à emoção e bastante movimento nas destinadas à razão. Algumas ressonâncias magnéticas mostram diferenças significativas entre os cérebros de pessoas normais, assassinos comuns (que matam por ocasião de um assalto ou vingança) e psicopatas. Mas há exceções.
Os cientistas procuram entender o que acontece com a mente de pessoas que possuem o cérebro normal, mas são capazes de grandes crueldades. E Dahmer pode ser a chave desse mistério, pois, demonstrou sua tendência assassina logo na infância. Se crianças com esse comportamento agressivo contra animais forem estudadas e monitoradas, talvez seja possível evitar muitas mortes, de bichos e pessoas.
“Assassinos de pessoas frequentemente começam por matar e torturar animais” – é a clássica frase do psicólogo e criminólogo Robert K. Ressler, criador do termo “serial killer”. E vale acrescentar a frase do agente especial do FBI (Unidade de Ciências e Comportamento), Allen Brantley, que participou do estudo dos perfis dos psicopatas: “Maltratar um animal nunca é apenas um fato lamentável, mas um sério alerta de perigo”.
Acompanhe nos próximos capítulos da Série Matadores de Animais:
Crianças perversas – A importância de se deter o mal pela raiz. Na Austrália menino mata vários animais em 35 minutos de surto e ri enquanto promove o massacre. Existem crianças realmente más? O Brasil começa a relacionar casos de maus-tratos a animais com violência doméstica e outros crimes.
Os piores psicopatas e como são classificados seus atos: Índice da Maldade. Será que apesar de não ter cura, o psicopata tem poder de escolha entre praticar ou não o mal? Como saber se temos pré-disposição à psicopatia?
Psicopata Oculto e Inverso – Quem treina um pit bull ou galos para rinhas teria tendências psicopáticas ocultas, transferindo-as para os animais? O colecionador de animais, que pensa estar fazendo o bem, quando na verdade só piora a situação dos bichos que recolhe, seria um psicopata “inverso”?
E, no primeiro episódio da série: O Caso Dalva e Alice no País dos Gatinhos Mortos, além do Caso Brenda Spencer, que matou dois adultos e feriu nove crianças quando tinha apenas 16 anos, mas já incendiava cães e gatos quando criança.
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