segunda-feira, 21 de maio de 2012

Passeata em Bauru (SP) pede o fim da eutanásia de cães


Neste domingo (20) o movimento “Diga não à leishmaniose, o cão não é o vilão” promoveu uma passeata na avenida Getúlio Vargas, em Bauru (SP).
A campanha, realizada simultaneamente em diversas cidades, é organizada em Bauru pela ONG Naturae Vitae e conta com a presença de veterinários de plantão para tirar dúvidas.
O objetivo é conscientizar sobre a contaminação, transmissão e as medidas de prevenção.
“Está provado que eutanasiar os cães não resolve o problema da leishmaniose”, afirma a bióloga Fátima Schroeder, da Naturae Vitae. Ela é a favor do tratamento dos animais, em oposição à postura dos órgãos públicos de saúde, que sacrificam os cachorros infectados.
Já existem medicamentos considerados eficazes em outros países, mas no Brasil o uso não é autorizado pela Anvisa.
A veterinária Tarcila Arruda também argumenta a favor da preservação da vida.
“O tratamento não está autorizado aqui devido às divergências sobre os ciclos da doença por parte das autoridades competentes e à falta de interesse do governo em disponibilizar o medicamento à população.”
Ela também fala sobre o cuidado que os veterinários devem ter ao diagnosticar a doença. “Mesmo que o cão apresente todos os sintomas, é indispensável fazer o exame de sangue e a punção do linfonodo [gânglios que produzem anticorpos no organismo].”
Proibição
A Portaria do Ministério da Saúde proíbe que os remédios produzidos para tratar a leishmaniose em humanos sejam usados nos animais.
O advogado José Hermann Schroeder afirma que a questão não deveria ser regulamentada por portaria e sim por lei federal, porque se trata de saúde pública. Para ele, o tratamento nos cães esbarra numa questão incompreensível.
“A vacina estrangeira já foi liberada para ser usada no Brasil. Por que não liberar também os remédios da mesma procedência, já que estes não são produzidos no Brasil?”.
Para o advogado, é preciso que o país comece a pensar em soluções definitivas para a leishmaniose, atacando as reais causas do problema (mosquito, saneamento e limpeza) e abandonando a eutanásia.
Animal não pode ser o vilão, diz ONG
O cão infectado não transmite a doença. Isso acontece pela picada do mosquito palha, que se prolifera em materiais orgânicos em decomposição. Ou seja, o foco do problema é a precariedade de limpeza e saneamento.
4.030
É o número de cães que foram eutanaseados em Bauru no ano passado, segundo dados do Centro de Controle de Zoonoses, por conta da doença. O primeiro caso da doença na cidade foi registrado em 2003
Tratamento tem boa resposta em outros países
O tratamento dos cães atinge 100% de cura em muitos países, principalmente na Europa. Alguns donos brasileiros vão para o exterior tratar seu cão, enquanto outros procuram clínicas veterinárias por aqui que disponibilizam o remédio. Nos dois casos, o custo é alto e pouco acessível à maioria da população.

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