domingo, 4 de março de 2012

A rica diversidade da fauna do Rio está ameaçada de extinção



Muitas das espécies em perigo são desconhecidas da população. Saiba mais sobre 10 delas
Ainda com remanescentes da Mata Atlântica preservados, o Rio de Janeiro abriga uma rica diversidade da fauna em seu território. Mas a degradação de áreas verdes, manguezais, restingas e lagoas, e a intensa ocupação humana são as maiores ameaças às espécies endêmicas e ao equilíbrio desses ambientes.
Entre as 257 espécies que correm risco de sumir na região fluminense, muitas sequer são conhecidas por grande parte da população. É o caso, por exemplo, do sagui-da-serra-escuro, primata encontrado somente em área restrita do Sudeste.
(Foto: Arte O Dia)
Autor do livro 100 Animais Ameaçados de Extinção no Brasil e o Que Você pode fazer Para Evitar (Ediouro, 144 págs, R$ 49,90), no qual aborda as principais causas da perda da diversidade biológica, Sávio Freire Bruno, que é veterinário, biólogo e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), explica que, com o desaparecimento das matas de galeria que protegiam as águas do Rio Paraíba do Sul e a destruição das florestas de Mata Atlântica, este sagui tornou-se raridade.
“Poucos exemplares encontram refúgio em áreas como o Parque Nacional de Itatiaia, Parque Nacional da Serra da Bocaina e Área de Proteção Ambiental de Petrópolis”, comenta. Também pouco conhecida e vulnerável de extinção, a borboleta-da-praia é alvo de captura e comércio. “É raríssima de ser avistada, carecendo até de dados biológicos”, destaca o cientista.
Educação para transformar
Para Sávio, que fez intenso trabalho de campo para listar as espécies mais ameaçadas do País, a educação é passo fundamental para a transformação social e preservação ecológica. “Para proteger esse bioma é preciso conhecê-lo, saber quem são esses seres que lutam como nós, diariamente, para sobreviver e se reproduzir”.
Animais deslocados de seu habitat desequilibram o ecossistema
Com ampla extensão territorial, alta incidência de luz solar e oceano que contorna todo o leste, o Brasil é detentor de megadiversidade inigualável, com mais de 13% das espécies da Terra. De todos os estados, o Rio de Janeiro conserva grande parte dessa riqueza.
Mas outra das grandes ameaças à fauna fluminense é o comércio ilegal. “O tráfico de bichos silvestres ainda é uma dura realidade. Se amamos e respeitamos a natureza, não devemos prender animais e incentivar esse comércio. Temos que admirá-los livres, na sua mais bela expressão ”, reflete Sávio Freire Bruno.
Ele ainda aponta o tráfico como um dos principais motivos da introdução de espécies exóticas nos biomas, como saguis-de-tufo-preto e saguis-de-tufo-branco, e o mico-leão-de-cara-dourada, este último do Sul da Bahia. “Um animal que não faz parte daquele ambiente pode desequilibrar as relações entre presa e predador, gerando impactos na fauna e ameaçando espécies que não contavam com sua presença”, explica.
Fonte: O Dia Online

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