Em dois dias consecutivos – no sábado e domingo passados – quatro gatos foram encontrados mortos por envenenamento na Cidade Vicentina Frederico Ozanan, em Jundiaí (SP). Entre os animais, estava um filhote de quatro meses. A direção da instituição, chocada com o ocorrido, investiga o caso de forma interna e aguarda acompanhamento da Polícia Civil, através de Boletim de Ocorrência para encontrar o autor do crime. O B.O. seria registrado ontem (5) à tarde.
mbora a má intenção não seja inédita na cidade (o mesmo aconteceu com gatos que circulavam no Cemitério Nossa Senhora do Desterro), nenhuma situação semelhante havia sido vista na Cidade Vicentina. Segundo a presidente da entidade, Teresinha Rocha Camargo, o susto foi muito grande. “Estávamos fazendo um trabalho cuidadoso com os gatos que aparecem por aqui. Com apoio de voluntários, todos seriam castrados para que não houvesse proliferação e, ainda assim, eles fossem tratados.”
Segundo o administrador da Cidade Vicentina, Antonio Celso Preterotti, há uns dois anos, a entidade vem tentando gerir a população de gatos no local da melhor forma. “Desde que eles começaram a aparecer, estamos cuidando. Algumas pessoas gostam e outras não. Não sabemos quem foi o responsável pelas mortes. Por aqui, circula muita gente, entre funcionários, internos e visitantes”, disse.
Um dos 92 internos da Cidade Vicentina, Jair Aparecido Malinverni, é quem dedica grande parte de seu tempo ao cuidado com os gatos. Segundo ele, na última sexta-feira, o saco de ração dos gatos foi roubado. “Em seguida, no sábado de manhã, dois já amanheceram mortos. No domingo, foram outros três, mas um foi salvo a tempo”, contou. Jair acredita que a pessoa que roubou a ração soube exatamente como manipular a comida com veneno para os gatos comessem. A ração com veneno foi colocada no pequeno “comedouro” construído pela entidade para que os gatos possam se alimentar no local.
Olhar clínico
Segundo Jair, na Cidade Vicentina, havia 20 gatos. Destes, 14 já foram castrados (entre machos e fêmeas, inclusive dois adultos dos quatro que morreram no fim de semana). “Temos uma equipe voluntária com dois veterinários, dois enfermeiros e não pagamos nada pelas castrações. Recebemos ajuda e muitas doações”, disse. A intenção é que tanto os filhotes quanto os adultos sejam tratados para adoção.
“Em Jundiaí, não existe um lugar para esses animais. Como vamos deixá-los sem comida? Isso não resolve o problema”, acrescentou. Raquel Cristina dos Santos Pereira, voluntária do projeto de castração na Cidade Vicentina e também no Cemitério Nossa Senhora do Desterro, acompanhou as mortes recentes. Segundo ela, o laudo veterinário comprovou a presença de substâncias venenosas semelhante ao chumbinho.
“Estava misturado em um caldo de carne ou de galinha. O pó também foi encontrado no estômago dos animais.” Raquel, assim como um veterinário e representantes da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais), foi chamada no momento em que os gatos foram encontrados. “A Uipa conduziu os corpos. Precisamos falar sobre isso para que pare de acontecer”, disse. No Cemitério Nossa Senhora do Desterro, onde a população de gatos era bem maior, outra morte voltou a acontecer na semana passada.
Segundo Raquel, desde abril do ano passado, 146 gatos do cemitério foram castrados e, deste número, 60 já foram adotados. Todo o pós-operatório e as cirurgias realizadas são arcadas pela família de Raquel e pelo apoio de clínicas veterinárias. “Nessa parte, não temos ajuda no município”, protestou. A Coordenadoria da Saúde e Bem-Estar Animal (Cobema), órgão da Prefeitura, recebe denúncias de maus-tratos através do 156.
Em 2011, a entidade iniciou um trabalho de mutirões de castração de cães e gatos (só fêmeas) nos bairros com maior índice de abandono de animais. Inclusive, a entidade já teve conhecimento sobre os gatos da Cidade Vicentina. Neste ano, a ação deve continuar, provavelmente, a partir do mês de junho.
Fonte: Jornal de Jundiaí
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