Um casal de argentinos permaneceu “acampado” da última sexta-feira (2) até esta madrugada no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. Berta Monica Denis e Marcelo Soccoccio disseram estar sem dinheiro para voltar para o país de origem e o cartão de crédito deles não era aceito no Brasil. Eles moravam na Itália há 13 anos e resolveram voltar para a Argentina, mas optaram por não fazer o voo direto, por causa do cachorro que acompanha o casal, Nalruel. Depois da ajuda de um amigo, eles conseguiram embarcar às 3h20 para Buenos Aires, com conexão em Guarulhos (SP).
No Brasil, a ideia do casal era ir de Fortaleza para Buenos Aires de trem ou de ônibus. “Foi um choque quando chegamos aqui e vimos que não conseguiríamos ir para casa porque não existe a mesma estrutura de transporte que há na Europa (de trêm e ônibus, em que se vai de um país a outro por terra)”. De acordo com Monica, além da carência de transporte terrestre, como o trem, a passagem aérea é muito cara. “O dobro do que gastamos lá (na Europa)”, reclamou.
Na tarde desta terça-feira (6), apenas Monica permanecia no aeroporto, pois Marcelo havia saído em busca de um contato com um amigo da Argentina, que prometeu comprar a passagem no cartão de crédito. De acordo com Monica, o amigo ia ajudar os dois a comprar um bilhete para São Paulo e depois, para Buenos Aires.
Sem conforto
Monica e Marcelo improvisam uma esteira de borracha na calçada do aeroporto. Por cinco dias, o alimento dos dois foi lanches, como biscoitos, e água, comprados com ajudas e com o que sobrou do dinheiro que trouxeram. “A gente já não compra comida no aeroporto, porque é muito caro. Nós compramos nos mercados aqui perto”. Na bagagem, alguns pertences pessoais e um cachorro, o motivo de todo o impasse.
Monica e Marcelo improvisam uma esteira de borracha na calçada do aeroporto. Por cinco dias, o alimento dos dois foi lanches, como biscoitos, e água, comprados com ajudas e com o que sobrou do dinheiro que trouxeram. “A gente já não compra comida no aeroporto, porque é muito caro. Nós compramos nos mercados aqui perto”. Na bagagem, alguns pertences pessoais e um cachorro, o motivo de todo o impasse.
“Só perguntaram porque estávamos aqui, mas não foi feito nada para nos ajudar”, disse Monica, quando questionada se eles haviam pedido intervenção da embaixada da Argentina. A Infraero disse que o órgão não vai se manifestar sobre o caso, mas que não poderia haver restrição porque o aeroporto é uma área pública.
Tentativa de voltar há dois anos
Morando há 13 anos na Itália, Monica e Marcelo decidiram voltar para a Argentina há dois anos, após um período sem emprego fixo. Ela não quis dar detalhes do trabalho do companheiro, mas disse que é assistente social por formação e chegou a trabalhar cuidando de crianças e idosos na Europa. Ainda na Itália, ela disse ter pedido ajuda ao consulado da Argentina no país, mas alega não ter tido retorno. “Não há nenhum representante da Argentina em Fortaleza, assim como fomos abandonada na Itália”, disse.
Então, com a ajuda dos amigos, fizeram uma “vaquinha” para arrecadar dinheiro para seguir da Itália para a Argentina. Por conta do cachorro, tentaram voltar de navio, mas não é permitido animais a bordo. Daí, decidiram pegar um voo de Lisboa para Fortaleza, o menor percurso entre os dois continentes. Dessa forma, reduziram o tempo de viagem, de cerca de 15 horas, para sete horas. “Seria muito sacrificante para o nosso cachorro passar tanto tempo na bagagem, sem oxigênio direito. Ele poderia ficar estressado, até morrer”, disse.
Fonte: G1
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