sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Nova Zelândia - Pesca pode matar últimos 100 golfinhos de subespécie

 

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Atividade humana, em especial a pesca, ameaça subespécie de golfinho (Foto: EFE)

Os últimos 100 golfinhos de Maui, os menores desse animal marinho, correm risco de extinção pela atividade pesqueira na Ilha do Norte da Nova Zelândia, seu único habitat na Terra. O Cephalorhynchus hectori maui está incluído na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) das espécies em risco crítico de extinção, e calcula-se que podem desaparecer em poucas décadas caso não sejam adotadas medidas urgentes.

“Não podemos cometer mais nenhum erro. Devemos acabar com todas as ameaças ao seu habitat para que a população se estabilize e se recupere”, declarou à agência EFE a diretora do programa Marinho da organização WWF, Rebecca Bird.

O habitat desta subespécie fica próximo ao litoral oriental da Ilha do Norte neozelandesa, onde podem ser vistos exemplares na desembocadura dos rios e em baías com uma profundidade de 20 m e a uma distância de 10 km do litoral.

Embora seu predador natural seja o tubarão, o maior inimigo do golfinho de Maui é o homem, que quase acabou com sua população pela pesca, a mineração, o desenvolvimento litorâneo, a poluição e a mudança climática, entre outros fatores.

Produtos químicos como o DDT e metais pesados jogados ao mar são potencialmente perigosos para a reprodução, e as substâncias que são derramadas pelos navios petroleiros causam câncer nestes mamíferos marinhos, afirmou Rebecca. Mas a maior causa de morte são as redes de pesca onde eles ficam presos sem poder emergir à superfície para respirar.

Os filhotes, que têm o tamanho de um gato, morrem pelos ferimentos causados pelas hélices dos navios. Por todos esses motivos, os ecologistas querem que as redes de pesca sejam retiradas do habitat do golfinho de Maui, porém Rebecca ressaltou que sua organização não exige que os pescadores parem de trabalhar, apenas que mudem seus métodos.

O golfinho de Maui, chamado pelos maoris de “Tutumairekurai” (“morador do mar”), é considerado raro pelos especialistas por causa de seu pouco número de indivíduos e por ser o menor dentro da família dos golfinhos marinhos.

Estes cetáceos medem até 1,4 m de comprimento, têm uma nadadeira arredondada, seu focinho é curto e apresentam marcas parecidas com as do urso panda, como “uma máscara negra”, descreveu Rebecca. Eles vivem em comunidades, e os adultos passam a maior parte do tempo comendo peixes e lulas, que localizam emitindo sons de alta frequência que ecoam nos objetos e animais ao seu redor.

Os mais jovens brincam com as algas, fazem bolhas no mar, piruetas ou simplesmente perseguem-se ou brigam com outros companheiros, criando um espetáculo para os turistas da região. Sua expectativa de vida é de 20 anos, e eles atingem a maturidade sexual a partir dos sete. Os nascimentos acontecem de dois a quatro anos, o que dificulta o repovoamento da espécie para evitar a extinção.

O golfinho de Maui é uma subespécie do golfinho de Hector, que vive próximo à Ilha do Sul neozelandesa, e acredita-se que esteve isolado por milhares de anos até se diferenciar na atualidade por seus traços físicos e genéticos.

O nome deste animal vem de uma lenda sobre o deus maori Maui, que pescou um peixe muito forte na Ilha do Sul e fez dele sua canoa. Ao morrer, o peixe se transformou em terra e renasceu sob a forma da Ilha do Norte da Nova Zelândia, onde o extremo sul representa a cabeça, e a cidade de Wellington, a capital neozelandesa, a boca. Rebecca comentou que os maoris acreditam que ao morrer os espíritos humanos se transformam em “Tutumairekurai”.

Fonte: Terra

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