Família Goldschmidt - Série Peru - Arequipa e Cânion de Colca
Por: Peter Goldschmidt - Família Goldschmidt
Continuando nossa viagem pelo Peru, vamos visitar hoje dois destinos muito interessantes. O primeiro deles é Arequipa, a segunda maior cidade do Peru, com 850 mil habitantes. Uma jóia da arquitetura colonial em meio a Cordilheira dos Andes. Nossa outra parada será no Cânion de Colca, considerado o segundo cânion mais profundo do mundo e lar do místico Condor. Bem vindo a bordo!
Assista ao vídeo:
Assista ao vídeo:
Arequipa foi fundada em 1540 e é uma das cidades mais antigas da América do Sul, palco de revoluções e conflitos. Sua principal característica é a bem preservada arquitetura colonial dos séculos XVI e XVII, apesar da cidade ter sofrido vários terremotos. Arequipa possui mais de 39 igrejas ricamente decoradas. Muitos dos seus altares são cobertos de folhas de ouro (chamadas de Pan de Oro), além de imagens barrocas e altares de prata pura. Suas ruas são estreitas, repletas de casas coloniais e sacadas.
Igreja em pedra Sillar
Arequipa é também conhecida como “Cidade Branca”, pois grande parte de suas construções foram feitas usando uma pedra vulcânica esbranquiçada chamada “Sillar”, encontrada em dois vulcões da região. Esta pedra tem a vantagem de ser muito resistente e ao mesmo tempo fácil de ser trabalhada. A igreja de Yanauhara é um exemplo disto. Construída no século XVI, tem sua fachada toda decorada com figuras nativas, um estilo conhecido com Barroco Mestiço.
Arequipa
A praça central do distrito de Yanauhara é um ótimo lugar para se observar os vulcões que cercam a cidade, alguns deles com mais de seis mil metros de altura. Dentre estes vulcões podemos citar o Chachani, Pichu-Pichu e Misti, o mais próximo, estando a apenas 17 quilômetros da praça principal. Foi nesta praça que experimentamos o “Queso Helado Charito”, que de queijo (queso) não tem nada, só o formato. É um sorvete de baunilha com canela. O curioso é que o gelo onde é preparado é trazido diariamente do alto de um dos três vulcões mais próximos.
Família Goldschmidt
Um bom lugar para se fotografar a cidade e seus arredores é o mirante de Carmen Alto. Ali existe um pequeno mercado onde conhecemos dois produtos típicos do Peru. Um é a Maca, fruta produzida na floresta amazônica e depois transformada em licor, balas ou pó. É considerado o Viagra natural do Peru e muito consumida em todo o país. Conhecemos também o Cuy, um animal igual ao nosso porquinho da Índia, usado no Brasil como animal de estimação. Aqui, o “Cuy”, é uma iguaria gastronômica, muito consumida em festas tradicionais. A arqueologia comprova que seu consumo como alimento remonta a quatro mil anos atrás.
População andina
Caminhar pela cidade de Arequipa é fácil e muito interessante. Na Plaza de armas você pode se misturar com a população local e aprender muito sobre seus costumes. Veja alguns lugares que recomendo conhecer em sua visita a esta cidade:
Monastério de Santa Catalina
Monastério de Santa Catalina
Uma verdadeira cidade entre muros. Construído apenas 10 anos depois da fundação da cidade, hoje cobre uma área de 20.400 metros quadrados. Por volta de 1650 era uma honra para as famílias coloniais ter uma filha religiosa.
Monastério de Santa Catalina
Por isto, pagava-se um grande dote à igreja para que as meninas pudessem se tornar freiras Dominicanas. Elas entravam no monastério com suas serviçais e ali ficavam reclusas até o final de suas vidas. Hoje o Monastério tem sua maior parte aberta ao turismo e apenas uma pequena aérea reservada às 24 freiras que ainda vivem ali.
Catedral de Arequipa
Catedral de Arequipa
Catedral
Um monumento digno de ser visitado. Construída em 1621, possui estilo Neoclássico e está localizada em frente a Plaza de Armas. Vários outros prédios coloniais e igrejas são encontrados ao redor da praça.
Museu Santuários Andinos
Museu Santuários Andinos
Também conhecido como Museu da múmia Juanita é um local de deve ser visitado. Ali estão expostas as múmias de 3 crianças encontradas congeladas no alto do vulcão Ampato. Uma das múmias foi apelidada carinhosamente de Juanita. Esta menina, que deveria ter entre 12 a 14 anos quando foi morta, foi deixada como oferenda no alto do vulcão há mais de 500 anos. Encontrada congelada em 1995 (junto com outros sacrifícios humanos), se tornou um dos maiores achados arqueológicos deste período. Sua fama correu o mundo e ela também. Juanita já foi levada para os Estados Unidos, Europa e até para o Japão.
Cânion de Colca
A base para se conhecer o Cânion de Colca é a cidade de Chivay, a cinco horas de carro desde Arequipa.
Cânion de Colca
A base para se conhecer o Cânion de Colca é a cidade de Chivay, a cinco horas de carro desde Arequipa.
Curiosos
A viagem para esta região é por si só um passeio, pois atravessa o altiplano passando por pequenas vilas, grandes formações rochosas e com paradas em várias feiras de artesanato. No caminho pudemos observar vários animais típicos como as lhamas e vicuñas pastando nos vales verdes entre as montanhas calcinadas pelo sol.
Filhote de lhama
O caminho, depois de ultrapassar uma cordilheira com cinco mil metros de altura, desce até a parte alta do Vale de Colca, a 3.300 metros. Ali está Chivay, uma autêntica vila andina com praça central, igrejinha, feira e mercado de produtos típicos. Na vila e em todo vale do Colca as mulheres se vestem de maneira tradicional. Usam quatro saias, dois coletes e um chapéu bordado. Tudo muito colorido.
Trajes típicos
As que moram na parte mais alta do vale de Colca, usam chapéu de copa alta e motivos tirados da fauna e flora da sua região. As mulheres da parte baixa usam um chapéu com copa mais arredondada e de abas caídas. Os motivos dos bordados também são diferentes. Detalhe: As solteiras usam um adorno no lado direito do chapéu. As casadas usam dois, um de cada lado. Tenho certeza que isto evita muita confusão. Na cidade existe um conjunto de termas ao lado de um pequeno museu, o que ajuda e entender melhor a região e também a relaxar o corpo de depois da longa viagem.
Vendedora em Chivay
A visita ao cânion fica para o dia seguinte à chegada em Chivay. Primeiro porque o caminho até a parte mais profunda do cânion e longo e sinuoso. Depois porque os condores, personagem central deste passeio, só aparecem no final da manhã. É muito mais difícil vê-los à tarde.
Dançarino de Wititi
Durante a viagem ao local de observação, passa-se por várias vilas. Uma delas é o povoado de Yanque, ainda na parte alta do vale. Na praça central encontramos várias pessoas com trajes típicos esperando pelos turistas. Alguns deles dançavam Wititi (a dança do amor) ao redor de uma fonte. Esta dança representa uma lenda onde um general Inca se vestiu de mulher para raptar uma princesa do Colca.
Bichinho de estimação
Outros moradores traziam seus animais de estimação para serem fotografados. Os animais de estimação deles são um pouco diferente dos nossos. Eu tenho gatos e um cachorro. A senhora que fotografei tinha uma coruja e sua amiga uma águia andina. A maioria destes animais foi encontrada machucada ainda como filhotes e assim adotada pelas famílias.
Cânion de Colca
Conforme se avança, o vale vai se tornando mais profundo e largo, até se transformar no Cânion de Colca, que na sua parte mais profunda tem 4.280 metros deste o topo da montanha até o rio. Perto dali está a “Cruz del Condor”, um mirante natural considerado o local ideal para se observar o vôo do Condor. O Condor é a maior ave do planeta com uma envergadura que supera os 3 metros e vive em média 70 anos. Vivendo nas regiões de altas montanhas ele praticamente não bate as asas, usando o vento e as correntes térmicas para planar. É um vôo majestoso e suave. O Condor está quase extinto em alguns países andinos, mas aqui no Cânion de Colca ele aparece com freqüência. O melhor horário para observá-lo é entre as 9 e 11 da manhã, horário em que as correntes termais emergem do fundo do vale.
Variedades de milho
Arequipa e o Cânion de Colca são destinos que podem ser visitados em três dias, embora eu recomende passar pelo menos um dia a mais na região. Para saber mais sobre este destino entre no site da Gold Trip –www.goldtrip.com.br.
Peter Goldschmidt
* Peter Goldschmidt é membro da Família Goldschmidt que desde 1999 viaja pelo mundo descobrindo e divulgando novos roteiros turísticos. É também diretor da agência de turismo Gold Trip. www.goldtrip.com.br – (11) 4411-8254
Peter Goldschmidt
* Peter Goldschmidt é membro da Família Goldschmidt que desde 1999 viaja pelo mundo descobrindo e divulgando novos roteiros turísticos. É também diretor da agência de turismo Gold Trip. www.goldtrip.com.br – (11) 4411-8254
fonte:atibaia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
verdade na expressão