No Jardim do Sol, bairro de Itambé (a 42 quilômetros de Maringá, no PR), moradores trancam os cães nos fundos dos quintais e, às vezes, até dentro das casas para evitar que os animais sejam mortos. Desde o Natal, pelo menos oito cachorros morreram em um trecho de pouco mais de cem metros e outros foram salvos por pouco.
Vera Lúcia, com Raul Seixas, que sobreviveu a dois atentados, graças a um remédio caseiro
É a segunda vez que a matança de cães no Jardim do Sol é registrada. Os moradores suspeitam que as causas sejam semelhantes e que a mesma pessoa esteja por trás das mortes. A técnica usada para eliminar os animais consiste em adicionar veneno a bolinhos de carne colocados em diferentes pontos do bairro.
A dona de casa Maria José Gonçalves, antiga moradora da localidade, perdeu cinco cães neste início de ano. Foram a cadela July e quatro filhos dela, que saíram do quintal para atender as necessidades fisiológicas na rua e não voltaram. “Vieram me chamar, dizendo que a July estava morrendo”, conta.
Ao procurar os animais, ela encontrou os cinco agonizando em uma esquina a cerca de cinquenta metros de casa. “Chorei muito, pois tinha apego a meus bichos. Eles eram como se fossem a minha família”, disse a mulher, que ainda chora a perda de July e das crias.
Vera Lúcia de Oliveira afirma que as mortes quase sempre ocorrem na rua onde ela mora, a Nivaldo Luiz Forastieri, o que a faz pensar que o matador mora naquela região do bairro. Ela mantém os cães dela acorrentados dentro de casa e só podem ir ao quintal para as necessidades fisiológicas, mesmo assim, só depois de ela verificar se não há bolinhos de carne espalhados pelo terreiro.
Vera tem motivos de sobra para tanta cautela. Afinal, já perdeu um cão para os bolinhos de carne no ano passado e o predileto dela, o Raul Seixas, sem raça definida que parece ter barba e é magrelo como o famoso roqueiro, já se envenenou duas vezes. “Ele é sapeca, pula a mureta e vai para a rua”, destaca.
“Quando vieram me avisar que o Raul Seixas estava morrendo na rua, desesperei-me”, relata. Ela salvou o animal duas vezes com um remédio caseiro que aprendeu com os pais, uma mistura que vai até carvão moído. Com esse remédio ela tem ajudado outras vizinhas a salvar os cães envenenados.
“Dá a impressão que esse monstro – que é o mínimo que a gente pode dizer de quem trata animais dessa maneira e não respeita o sentimento das pessoas – sobe a rua e deixa um rastro de crueldade”, ressalta a dona de casa Silvana Bonara, que morre de amores pela Megan, uma Lhasa apso que é o xodó do filho Mateus. “Ele – ou ela – começou a matança lá na ponta da rua e veio subindo”, acrescenta.
Fonte: O Diário
Nenhum comentário:
Postar um comentário
verdade na expressão