O ator estreante Jeremy Irvine em uma das cenas do filme Cavalo de Guerra, sobre a amizade entre um
Salvatore Carrozzosalvatore.carrozzo@redebahia.com.br
É quase impossível falar do cineasta Steven Spielberg, 65 anos, sem usar superlativos. Ele é o diretor com mais filmes inseridos na lista das cem maiores obras cinematográficas da história elaborada pelo American Film Institute, com cinco longas. Um dos fundadores da DreamWorks, um dos principais estúdios de Hollywood, Spielberg é diretor de duas grandes produções que estreiam no Brasil este mês: Cavalo de Guerra, na próxima sexta-feira, e As Aventuras de Tintim, no dia 20 joveminglês e um animal separados pelo início da Primeira Guerra Mundial
Vamos começar por partes. Cavalo de Guerra é um drama épico ambientado na Inglaterra rural no começo do século XX. No período, a Europa estava imersa na Primeira Guerra Mundial (1914–1918), tida por historiadores como mais sangrenta que a segunda.
Na trama, os espectadores acompanham a amizade surgida entre o jovem Albert e o cavalo Joey.O rapaz domestica e treina o animal, estabelecendo uma relação de companheirismo fraterno.
Odisseia
A bonita relação entre os dois, entretanto, é interrompida com o início da guerra.O cavalo é requisitado pelo Exército inglês para ser usado na cavalaria. A separação, claro, é traumática.
Começa aí o périplo de Joey, que, no filme, é muito mais que um simples animal. Dotado de uma energia especial, acaba inspirando e transformando a vida de todos aqueles que passam a conviver com ele: soldados ingleses e alemães. Capturado pelas tropas inimigas, o cavalo resiste a todas as agruras das batalhas de forma heroica.
O filme tem todos os elementos caros ao cineasta, como lealdade e esperança. Joey entra na família de Albert como um verdadeiro elemento transformador.O patriarca da família é um veterano de guerra e traz as marcas da batalha em cicatrizes na alma. A história é adaptação de um livro que virou espetáculo teatral de sucesso na Broadway– usando bonecos – e caiu nas graças de Spielberg, diretor que é bom de faro.
Globo de Ouro
Em Cavalo de Guerra, o protagonista Albert é vivido pelo desconhecido Jeremy Irvine, em seu primeiro filme. O elenco conta também com Emily Watson, de Ondas do Destino. A produção concorre em duas importantes categorias no Globo de Ouro: melhor filme na categoria drama e melhor trilha sonora, para John Williams. Cavalo de Guerra tem tudo para agradar famílias inteiras. Estamos falando de Spielberg, mago por trás de filmes como E.T, Indiana Jones e Inteligência Artificial, entre outros.
Filmes sensíveis também costumam cair nas graças dos conservadores membros do Oscar. Não que Spielberg precise de mais um homenzinho dourado. Ele já levou três para casa: doisem1994, por A Lista de Schindler (melhor diretor e filme) e um em 1999, por O Resgate do Soldado Ryan (melhor diretor).
Sonho antigo
Quem também ganhou uma indicação no Globo de Ouro,na categoria de animação, é As Aventuras de Tintim. A esperada versão de Spielberg para o quadrinho do belga Hergé (1907–1983) era um desejo antigo do cineasta. Quando o americano leu a história do repórter aventureiro, caiu em amores.
Ele comprou os direitos para transpor a história para as telas em 1983, mas quis esperar a evolução da tecnologia de animação. O resultado é de encher os olhos. A produção é assinada por Peter Jackson, de O Senhor dos Anéis. As Aventuras de Tintim mescla ação com toques de comédia para mostrar as peripécias do protagonista em busca de pistas que levem a um tesouro pirata. O elenco – do qual fazem parte Jamie Bell, como Tintim, e Andy Sirkis – atuou usando roupas com sensores para captar movimentos e expressões. Depois, as imagens eram transformadas em animação.
Os dois filmes caem como um verdadeiro presente de Ano-novo para os fãs do diretor, cujo currículo, além dos já citados, inclui filmes dos mais variados estilos, como Jurassic Park, Minority Report e
Guerra dos Mundos. O último filme de Spielberg como diretor foi Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, de 2008. Antes, ficou três anos sem dirigir– Munique e A Guerra dos Mundos são de 2005.
Novidades
O longo tempo longe da cadeira mais cobiçada dos sets de filmagens não significa distância dos cinemas. Spielberg assinou a produção de nove projetos de TVe cinema lançados em 2011, como Gigantes de Aço e Cowboys & Aliens.
Os projetos futuros também se acumulam. Já estão em fase final Transformers: The Ride e MIB: Homens de Preto III, entre outros, dos quais assina a produção. Atualmente, o cineasta está dirigindo as filmagens de Lincoln, baseado na história do lendário Abraham Lincoln (1809– 1865), eleito o 16º presidente americano em 1861, cargo que ocupou até ser assassinado em Washington. No elenco, nomes fortes como Daniel Day-Lewis, no papel de Lincoln, e Tommy Lee Jones. Incansável em seu ofício, Spielberg já avisou que não pensa em parar tão cedo.O cinema agradece.
Um diretor e seu épico inglês
Confira trechos de entrevista com Steven Spielberg, cedida com exclusividade na Bahia ao CORREIO pela Disney, distribuidora do filme Cavalo de Guerra no Brasil. Na conversa, o diretor fala sobre o longa-metragem, que trata da
Na trama, os espectadores acompanham a amizade surgida entre o jovem Albert e o cavalo Joey.O rapaz domestica e treina o animal, estabelecendo uma relação de companheirismo fraterno.
Odisseia
A bonita relação entre os dois, entretanto, é interrompida com o início da guerra.O cavalo é requisitado pelo Exército inglês para ser usado na cavalaria. A separação, claro, é traumática.
Começa aí o périplo de Joey, que, no filme, é muito mais que um simples animal. Dotado de uma energia especial, acaba inspirando e transformando a vida de todos aqueles que passam a conviver com ele: soldados ingleses e alemães. Capturado pelas tropas inimigas, o cavalo resiste a todas as agruras das batalhas de forma heroica.
O filme tem todos os elementos caros ao cineasta, como lealdade e esperança. Joey entra na família de Albert como um verdadeiro elemento transformador.O patriarca da família é um veterano de guerra e traz as marcas da batalha em cicatrizes na alma. A história é adaptação de um livro que virou espetáculo teatral de sucesso na Broadway– usando bonecos – e caiu nas graças de Spielberg, diretor que é bom de faro.
Globo de Ouro
Em Cavalo de Guerra, o protagonista Albert é vivido pelo desconhecido Jeremy Irvine, em seu primeiro filme. O elenco conta também com Emily Watson, de Ondas do Destino. A produção concorre em duas importantes categorias no Globo de Ouro: melhor filme na categoria drama e melhor trilha sonora, para John Williams. Cavalo de Guerra tem tudo para agradar famílias inteiras. Estamos falando de Spielberg, mago por trás de filmes como E.T, Indiana Jones e Inteligência Artificial, entre outros.
Filmes sensíveis também costumam cair nas graças dos conservadores membros do Oscar. Não que Spielberg precise de mais um homenzinho dourado. Ele já levou três para casa: doisem1994, por A Lista de Schindler (melhor diretor e filme) e um em 1999, por O Resgate do Soldado Ryan (melhor diretor).
Sonho antigo
Quem também ganhou uma indicação no Globo de Ouro,na categoria de animação, é As Aventuras de Tintim. A esperada versão de Spielberg para o quadrinho do belga Hergé (1907–1983) era um desejo antigo do cineasta. Quando o americano leu a história do repórter aventureiro, caiu em amores.
Ele comprou os direitos para transpor a história para as telas em 1983, mas quis esperar a evolução da tecnologia de animação. O resultado é de encher os olhos. A produção é assinada por Peter Jackson, de O Senhor dos Anéis. As Aventuras de Tintim mescla ação com toques de comédia para mostrar as peripécias do protagonista em busca de pistas que levem a um tesouro pirata. O elenco – do qual fazem parte Jamie Bell, como Tintim, e Andy Sirkis – atuou usando roupas com sensores para captar movimentos e expressões. Depois, as imagens eram transformadas em animação.
Os dois filmes caem como um verdadeiro presente de Ano-novo para os fãs do diretor, cujo currículo, além dos já citados, inclui filmes dos mais variados estilos, como Jurassic Park, Minority Report e
Guerra dos Mundos. O último filme de Spielberg como diretor foi Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, de 2008. Antes, ficou três anos sem dirigir– Munique e A Guerra dos Mundos são de 2005.
Novidades
O longo tempo longe da cadeira mais cobiçada dos sets de filmagens não significa distância dos cinemas. Spielberg assinou a produção de nove projetos de TVe cinema lançados em 2011, como Gigantes de Aço e Cowboys & Aliens.
Os projetos futuros também se acumulam. Já estão em fase final Transformers: The Ride e MIB: Homens de Preto III, entre outros, dos quais assina a produção. Atualmente, o cineasta está dirigindo as filmagens de Lincoln, baseado na história do lendário Abraham Lincoln (1809– 1865), eleito o 16º presidente americano em 1861, cargo que ocupou até ser assassinado em Washington. No elenco, nomes fortes como Daniel Day-Lewis, no papel de Lincoln, e Tommy Lee Jones. Incansável em seu ofício, Spielberg já avisou que não pensa em parar tão cedo.O cinema agradece.
Um diretor e seu épico inglês
Confira trechos de entrevista com Steven Spielberg, cedida com exclusividade na Bahia ao CORREIO pela Disney, distribuidora do filme Cavalo de Guerra no Brasil. Na conversa, o diretor fala sobre o longa-metragem, que trata da
amizade entre um rapaz (Albert) e um cavalo (Joey) e aborda
valores como lealdade, amor e perseverança.
valores como lealdade, amor e perseverança.
Que temas na história de Cavalo de Guerra chamaram a sua atenção?
Cavalo de Guerra fala muito sobre coragem; a coragem desse garoto e o que ele enfrenta e supera e a coragem e a tenacidade desse extraordinário animal. Esse foi o tema subliminar que eu acho que compõe cada quadro do filme.
Como foi a seleção do ator para o papel de Albert?
Para o papel de Albert, eu estava em busca de alguém que fosse completamente desconhecido do público. Eu não queria que a pessoa que interpretasse Albert já viesse comum portfólio de papéis notáveis de outros filmes. Partimos para buscar a personalidade certa para o papel certo.
Os desempenhos e as emoções que obteve dos cavalos devem ter sido realmente uma satisfação. Pode nos contar um pouco sobre isso?
Eu quero acreditar que os cavalos sabiam exatamente o que estavam fazendo. Houve momentos no filme em que eu nem dizia aos cavalos o que fazer. Eles estavam na cena e reagiram de formas como eu não podia imaginar que um cavalo reagiria ou agiria.
Podia nos falar sobre o lado família da história?
É uma família destruída pela guerra. E este cavalo vem para a família como uma espécie de conto popular antigo, quando João volta para a mãe com feijões e não dinheiro depois de vender a vaca da família, e a mãe joga os feijões fora. E, é claro, o pé de feijão cresce. Em certo sentido, Joey é como o pé de feijão que floresce e se torna maior do que poderiam imaginar.
Foram feitos muitos storyboards (desenhos) das cenas do filme?
Sim. Era muito importante que todos víssemos que estava sendo pedido deles. E eu queria que a Sociedade Protetora dos Animais, os dublês e os treinadores de cavalos pudessem ver as pré-visualizações dessas cenas inteiras e dizer: “Impossível”, “Não é seguro” ou “Podemos fazer isso”.
Foi mais um exercício de querer que todos estivessem preparados e garantir a segurança dos cavalos, dos cavaleiros e dos dublês.
John Williams é seu colaborador há quase 40 anos. Ele continua a fazer uma música extraordinária. O que acha do trabalho dele neste filme?
Foi um ano incrível para John Williams, porque, para mim, duas de nossas melhores trilhas sonoras que John compôs aconteceram agora—atrilha de Cavalo de Guerra e a de As Aventuras de Tintim –, abordagens musicais diametralmente opostas de dois longas diametralmente opostos. Eu não sei como ele fez os dois no mesmo ano, mas ele fez. A trilha de Cavalo de Guerra é evocativa da terra, do lugar, da época e do relacionamento entre o menino e o cavalo. E John encontrou todos esse lindos temas que eu acho que unifica este filme e que torna meu trabalho muito mais fácil.
Assista aos trailers abaixo:
As Aventuras de Tintim
Cavalo de Guerra
FONTE:CORREIO 24HORAS
Cavalo de Guerra fala muito sobre coragem; a coragem desse garoto e o que ele enfrenta e supera e a coragem e a tenacidade desse extraordinário animal. Esse foi o tema subliminar que eu acho que compõe cada quadro do filme.
Como foi a seleção do ator para o papel de Albert?
Para o papel de Albert, eu estava em busca de alguém que fosse completamente desconhecido do público. Eu não queria que a pessoa que interpretasse Albert já viesse comum portfólio de papéis notáveis de outros filmes. Partimos para buscar a personalidade certa para o papel certo.
Os desempenhos e as emoções que obteve dos cavalos devem ter sido realmente uma satisfação. Pode nos contar um pouco sobre isso?
Eu quero acreditar que os cavalos sabiam exatamente o que estavam fazendo. Houve momentos no filme em que eu nem dizia aos cavalos o que fazer. Eles estavam na cena e reagiram de formas como eu não podia imaginar que um cavalo reagiria ou agiria.
Podia nos falar sobre o lado família da história?
É uma família destruída pela guerra. E este cavalo vem para a família como uma espécie de conto popular antigo, quando João volta para a mãe com feijões e não dinheiro depois de vender a vaca da família, e a mãe joga os feijões fora. E, é claro, o pé de feijão cresce. Em certo sentido, Joey é como o pé de feijão que floresce e se torna maior do que poderiam imaginar.
Foram feitos muitos storyboards (desenhos) das cenas do filme?
Sim. Era muito importante que todos víssemos que estava sendo pedido deles. E eu queria que a Sociedade Protetora dos Animais, os dublês e os treinadores de cavalos pudessem ver as pré-visualizações dessas cenas inteiras e dizer: “Impossível”, “Não é seguro” ou “Podemos fazer isso”.
Foi mais um exercício de querer que todos estivessem preparados e garantir a segurança dos cavalos, dos cavaleiros e dos dublês.
John Williams é seu colaborador há quase 40 anos. Ele continua a fazer uma música extraordinária. O que acha do trabalho dele neste filme?
Foi um ano incrível para John Williams, porque, para mim, duas de nossas melhores trilhas sonoras que John compôs aconteceram agora—atrilha de Cavalo de Guerra e a de As Aventuras de Tintim –, abordagens musicais diametralmente opostas de dois longas diametralmente opostos. Eu não sei como ele fez os dois no mesmo ano, mas ele fez. A trilha de Cavalo de Guerra é evocativa da terra, do lugar, da época e do relacionamento entre o menino e o cavalo. E John encontrou todos esse lindos temas que eu acho que unifica este filme e que torna meu trabalho muito mais fácil.
Assista aos trailers abaixo:
As Aventuras de Tintim
Cavalo de Guerra
FONTE:CORREIO 24HORAS
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