quarta-feira, 14 de março de 2012

Moradores do bairro Nova Campinas, em SP, buscam atropelador de cão


André Lazzari, tutor do cachorro, confere as imagens captadas: moradores querem lombada na rua (Foto: César Rodrigues/AAN)
Moradores da Rua Piquete, no bairro Nova Campinas (SP), se mobilizam para encontrar o motorista que atropelou, na manhã de anteontem, o cachorro da raça Akita, chamado Angus, cujo tutor é o piloto André Lazzari, de 25 anos. Por meio de imagens de câmeras de segurança dos vizinhos, ele conseguiu identificar o veículo: um Fox de cor preta, com quatro portas, que atropelou o cachorro — que sofreu graves lesões na bacia, no quadril, na coluna e nas patas — e não prestou socorro ao animal. Pelas gravações, é possível notar que o motorista dirigia em alta velocidade na via. Os moradores querem que a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) instale lombadas na rua ou sinalização especial na via.
“Hoje, infelizmente foi com o meu cachorro, mas amanhã pode ser uma criança. Já solicitei lombada e sinalização na Emdec, mas nunca fui atendido”, afirmou Lazzari. O cachorro estava na casa de sua avó, a duas casas abaixo da sua. Uma funcionária deixou o portão aberto por distração e o cão fugiu. Neste momento, o veículo passou e atropelou o animal, que foi lançado a dez metros da colisão. Segundo relato de Lazzari, o barulho foi estridente. “E o grito do Angus foi assustador. Ele deve ter sentido muita dor”, disse. Ontem, Angus passou por uma cirurgia. Além das fraturas graves, o cão teve pneumotórax — um acúmulo anormal de ar no pulmão.
“Foi uma fatalidade o cachorro ter escapado, mas nada justifica o motorista estar na velocidade em que estava. O pior é não ter prestado socorro. Estamos mobilizados como forma de prevenir acidentes mais graves, envolvendo crianças ou idosos. Até mesmo entrar em uma casa se o carro estiver desgovernado”, comentou o cartorário Rodrigo Legaspe Santos, de 29 anos. O funcionário de uma empresa situada na rua e que cedeu as imagens para o dono do cão, Salim Salek, de 62 anos, conta que há uns meses um veículo — também em alta velocidade — bateu em um carro de um outro funcionário, que estava estacionado em frente à empresa.
“E depois da batida, o motorista do carro fugiu e não conseguimos identificá-lo. Essa rua precisa ser sinalizada, porque os motoristas abusam da velocidade e é um perigo, já que ela também é cortada por vários cruzamentos.”
Um dos pontos mais perigosos, segundo os moradores, é no trecho onde a via faz esquina com a Rua Doutor Alfredo Ribeiro Nogueira. A cuidadora Ana Amélia Pereira, de 57 anos, teme pela segurança. Seu paciente, um garoto de 20 anos com paralisia cerebral e cadeirante, precisa tomar sol da manhã todos os dias por orientação médica. “Mas é muito complicado quando preciso atravessar a rua. Ninguém respeita”, disse ela.
Para o presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais de Campinas (CMPDA), Flávio Lamas, o atropelamento do cachorro sem o socorro ao animal se configura em crime ambiental. “A postura do motorista é sim um crime previsto em lei, em artigo que trata sobre maus-tratos contra animais.” O tutor do cachorro registrou boletim de ocorrência (BO) do atropelamento e o caso vai ser investigado pela Delegacia de Defesa e Proteção aos Animais de Campinas.
A Emdec informou, por meio da assessoria de imprensa, que vai vistoriar a Rua Piquete nos próximos dias para implementar as soluções viárias com o objetivo de evitar acidentes no local em razão de motoristas imprudentes.
Fonte: RAC

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