As associações protetoras dos animais são cada vez mais solicitadas por tutores que “chegam a chorar” por não terem dinheiro para alimentar seus cães e gatos e que assumem não terem comida para eles próprios, denunciou a Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais.
A Presidente da instituição, Maria do Céu Sampaio, disse à agência Lusa que a situação vem se agravando nos últimos dois anos, mas que está a atingir “proporções nunca vistas”.
O desemprego, a perda de casa por incumprimento com o banco e a emigração forçada são algumas das razões que contribuem para cada vez mais pessoas não conseguirem manter os seus animais.
Maria do Céu Sampaio enumerou ainda o aumento do IVA na comida para animais e nos cuidados veterinários como fator que contribuiu para o afastamento de cada vez mais pessoas destes cuidados fundamentais para os animais.
A situação levou a LPDA a criar uma solução para os casos mais graves e de comprovada insuficiência econômica que consiste na oferta de comida para os animais de tutores que não podem assegurar estas despesas.
“Temos uma campanha que funciona em casos de muita e comprovada gravidade e que consiste no encaminhamento de dádivas de empresas de comida para animais mais necessitados”, disse. Maria do Céu Sampaio reconhece que esta é “a gota d’água” e que “não chega a todo o país”.
A “falta de apoios” também tem dificultado a ação destas associações, que têm assistido, com “preocupação”, a uma cada vez mais frequente oferta de donativos a particulares.
“Algumas pessoas fazem o possível e o impossível para ajudar os animais e sabemos que aplicam nesta ajuda os donativos que recebem. Mas há outras que não sabem o que fazer”, denunciou.
Por esta razão, a presidente da Liga defende que quem queira ajudar se filie em associações, de modo a que o rasto dos donativos possa ser seguido.
Uma dessas associações, a União Zoófila (UZ), estima que todos os anos sejam abandonados 10 mil animais domésticos em Portugal.
“Há 500 mil animais à espera de tutores em Portugal. Há 40 associações com abrigo em Portugal – super lotadas”, adianta a UZ, que funciona em Lisboa, onde acolhe 500 cães e 200 gatos que foram abandonados e vivem “à espera de tutores responsáveis”.
Contra o abandono e os maus-tratos a cães e gatos, a UZ apresenta uma campanha com o tema “Este Verão, não deixe para trás quem nunca o abandonaria”.
O lançamento desta campanha acontece numa altura em que “muitas famílias partem para férias deixando os seus animais para trás”. Para marcar a iniciativa, os voluntários da UZ vão participar de uma ação de rua que aborda a temática do abandono e dos maus-tratos.
Fonte: JN
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