sábado, 25 de maio de 2013

Prepare sua casa para receber um animal doméstico


Trazer para dentro de casa um morador peludinho, daqueles que fazem a felicidade de todos só de abanar o rabo ou trançar entre nossas pernas pedindo carinho, é uma decisão que merece cautela.
Planejar os ambientes levando em consideração o animal ajuda a evitar problemas, como um acidente com o bicho, a perda de um móvel novo ou a destruição de um jardim cultivado com carinho e dedicação.
Prefira os tons de bege nos sofás, as sujeiras aparecem menos (Foto: Verônica Lima)
Prefira os tons de bege nos sofás, as sujeiras aparecem menos (Foto: Verônica Lima)
Antes do bichinho colocar as patinhas no novo lar é preciso retirar do alcance dele os móveis frágeis, em vidro, sujeito a quebras ou lascas. Objetos pontiagudos também devem ser evitados na decoração. Hoje existem cantoneiras de proteção para mesas de centro com canto vivo em vidro (que em geral são mais baixas). As proteções podem ser encontradas nas lojas de materiais para construção e devem ser colocadas nas quinas na altura da cabeça, focinho ou olhos do cachorro.
“Falo para os meus clientes evitar o branco nas paredes dos espaços onde existe a permanência de cachorros de porte médio e grande. Não existe a cor ideal porque cada imóvel possui determinadas características e cada cão um hábito diferente. No entanto, a gama dos neutros é muito bem vinda para disfarçar a inevitável sujeira”, diz Chiara Meschini da Contenidos Arquitetura e Montajes.
Utilizar tintas esmaltes a base de água é uma saída para aqueles que têm mania de limpeza. Elas costumam ser eficientes e permitem limpeza com maior frequência. A desvantagem desse material é o custo mais elevado.
O piso é outra área da casa que merece uma atenção redobrada. Ele precisa ser antiderrapante, porque os animais de grande porte tendem a apresentar problemas de displasia ou coluna com mais frequência. Por isso, o piso liso e escorregadio deve ser substituído o quanto antes.
Mascote destruiu o jogo de cadeiras da sala (Foto: Divulgação/Diogo de Oliveira)
Cão brincalhão destruiu o jogo de cadeiras da sala (Foto: Divulgação/Diogo de Oliveira)
“Muitos clientes costumam tratar os bichos domésticos como filhos. Em muitos casos, o animal dorme no quarto do tutor. Por isso é comum fazer as caminhas de cachorro ou gato sob encomenda, combinando com as roupas de cama. Em outros casos, o tutor procura separar um ambiente ou espaço na residência só para o animal. Um item que estão usando muito são portas com portinholas vai e vem para cães e gatos, para que eles possam entrar e sair do ambiente, mesmo com as portas fechadas”, comenta a arquiteta Glaucy Taraskevicius.
Além disso, os tutores devem colocar telas de proteção nas varandas dos apartamentos ou casas com mais de um pavimento nas escadas e sacadas internas também, a fim de evitar quedas do animal de grandes alturas.
Sala
Para os sofás é importante trocar o branco – porque suja com muita facilidade – e o preto – porque mostra mais os pelos – por tons de bege mais escuros e tecidos com menor quantidade de algodão para que o pelo não fique preso facilmente. O ideal é que ele tenha mais poliéster. Se o sofá for de couro sintético é mais fácil para limpar, podendo ser em tons claros ou mais escuros.
“Os tons de areia, bege escuro, fendi no chenille de sofás, poltronas e cadeiras, não costumam revelar tanto a sujeira quanto os escuros – marrons e pretos (no caso de cães de pelos claro é a primeira coisa que aparece) e brancos que dispensa comentários. Já as cores vibrantes como vermelhos, lilás e verdes costumam desbotar com o desgaste e o tempo de uso, por isso é bom evitá-las.”, conta a arquiteta Patrícia Forte.
Tapetes sempre que forem usados devem ser de pelo baixo, com a superfície mais lisa, os de pelo longo retém poeira e pelos do animal além de sujar com mais facilidade. Os modelos em sisal ou fibras são os mais indicados para este uso. Podem ser usados em tons escuros também, ao contrário dos tecidos do sofá, não costumam desbotar com muita facilidade.
O carpete deve ser evitado, pois em caso de um acidente (se o cachorro ou gato eventualmente fizer qualquer sujeira), a limpeza é mais difícil e o carpete pode reter odores por mais tempo, o ideal são pisos frios, porcelanatos. Carpete de madeira pode ser utilizado com cuidado, pois quando molhado ele pode empenar e manchar.
Já as cortinas o adequado é escolher um tecido mais resistente para evitar rasgo, uma costura resistente para não desfiar e varões bem fixos para que não caia com eventuais puxões.
A capa vermelha do sofá camufla os pêlos do gato (Foto: Divulgação/Clarissa Di Ciommo)
A capa vermelha do sofá camufla os pêlos do gato (Foto: Divulgação/Clarissa Di Ciommo)
Iluminação
A iluminação deve ser escolhida de acordo com o conforto térmico e visual. Luzes artificiais não suprem as necessidades do animal de ter contato com os raios solares. É importante expor o animal, seja qual for, à luz do dia, mesmo que seja somente no fim de tarde ou começo da manhã. Por isso, é recomendado o uso de lâmpadas claras, estimulantes no local que o animal for ficar.
Jardim 
O tutor de um animal, qualquer que seja, pode ter um jardim bonito. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados, pois o canteiro tem cheiro de novidade, as plantas são coloridas e, por isso, acabam chamando a atenção dos animais, principalmente dos cachorros.
O segredo é jogar repelente natural no jardim. O paisagista Cadu Almeida ensina como fazer um eficaz. É preciso pegar um pouco de fezes do cão, diluí-la em água e pulverizar na planta. Ele sente o cheiro das próprias fezes e não vai mexer na planta.
Almeida sugere aos tutores de cães evitarem as bromélias, elas acabam tendo um odor mais forte por acumular água. Outra preocupação que o tutor deve ter é com as plantas venenosas – como a alpinea, helicônias e comigo ninguém pode, por exemplo. Elas possuem folhas tóxicas e devem ser retiradas do jardim antes do animal entrar na casa. Assim como os cactos também não são indicados.
“O ideal é que as plantas de uma casa com bichos sejam resistentes e altas. Palmeiras são indicadas, orquídeas sempre plantadas no alto. Legal também é fazer cercas vivas, com plantas arbustivas mais resistentes”, diz Patrícia.
Outra dica é não usar fontes, lagos e espelho d’água. “Eles chamam muito atenção dos bichos. Já para os gatos, recomendo deixar um espaço com área para ele fazer suas necessidades. Do contrário eles vão fazê-las no jardim”, diz Almeida.

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