IAnimais que não conseguem ser vendidos são abandonados, diz leitora.
Grupo recolheu 18 animais em um só dia perto de lagoa na capital.
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A promotora de vendas Narjana Briseno, 27, denuncia o abandono de animais domésticos que são vendidos na feira do Bairro Parangaba, em Fortaleza. No dia 21 de maio, ela e outros amigos que integram um grupo proteção de animais recolheram 10 filhotes de cães e oito gatos nas proximidades da lagoa da Parangaba, que, segundo ela, foram abandonados por feirantes. “Alguns deles foram encontrados quase dentro da lagoa. Recebemos a denúncia de que os feirantes abandonaram os animais porque não conseguiram vendê-los”, disse Narjana.
Narjana diz que o número de denúncias que chegam ao grupo de Proteção Animal Fortaleza (PAF) sobre o abandono de animais por feirantes aumentou significativamente. O grupocompartilha nas redes sociais informações sobre animais maltratados e abandonados e pede abrigos temporários, além de organizar feiras de adoções. “Eles dizem que os animais são de raça para enganar os clientes, mas na verdade são apenas filhotes, o que dificulta a distinção”, explica.
Segundo ela, o caso foi denunciado ao Ministério Público Estadual e a Companhia de Polícia Militar Ambiental (CPMA) foi à feira da Parangaba, mas os feirantes continuam abandonando os animais. “Denunciaram que, no dia da ida dos policiais ao local, os feirantes da Parangaba abandonaram os animais em outra lagoa, a da Maraponga”, afirma. Além de condenar o abandono, Narjana também diz que o grupo se posiciona contra a comercialização dos animais domésticos. “Devia haver uma fiscalização para proibir a venda também. É aí que começa tudo”, afirma.
Nota da redação: O comandante da CPMA, major Marcus Costa, esclarece ao G1 que apenas a comercialização de alguns animais silvestres é proibida, o que não é o caso dos cães e gatos recolhidos na feira da Parangaba pelo PAF. “Não há risco penal coibido na venda de animais domésticos. O que não pode haver é algum confinamento que configure maus tratos ou mesmo abandono. Nesses casos, temos uma ação direta para impedir as ações”, explica.
Outro problema relatado pelo major é a falta de local para os animais domésticos recolhidos por conta da lotação dos centros de zoonoses. “Procuramos também algumas ONGs [organizações não governamentais] para receber os animais, mas, às vezes, não é possível e isso gera casos como o da delegacia de Beberibe que, atualmente, abriga dois cães apreendidos porque não temos para onde levá-los”. O centro de triagem do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Fortaleza, pode receber apenas os animais silvestres apreendidos.
Sobre o caso do abandono nas proximidades da Lagoa da Maraponga, o major revela ter tomado conhecimento pela reportagem do G1 e pede que denúncias do sejam feitas pelo 190 ou o pelo próprio telefone da CPMA: (85) 3101 – 3545, que funciona em regime de plantão recebendo denúncias de infrações ambientais.
fonte:g1.globo
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