terça-feira, 7 de maio de 2013

Moradores realizam campanha de castração de animais em Campinas (SP)




Moradores do Vila Boa Vista participam da 1Parada Canina no Bairro, realizada ontem: movimento espera coletar 2 mil assinaturas (Foto: Thiago Fonseca/ AAN )
Moradores do Vila Boa Vista participam da 1Parada Canina no Bairro, realizada ontem: movimento espera coletar 2 mil assinaturas (Foto: Thiago Fonseca/ AAN )
A ausência de um programa de castração e identificação de cães e gatos na cidade gera um problema que aumenta a cada dia: a população de animais abandonados pelas ruas. Isso levou os moradores da Vila Boa Vista a realizar no domingo (5) a 1ª Parada Canina no Bairro com o objetivo de iniciar uma discussão sobre o assunto.
Durante toda a semana houve coleta de assinaturas para que seja formalizado um pedido na Câmara para formulação de um projeto de castração gratuita para os animais. A coleta de assinaturas foi ampliada durante a parada para atingir 2 mil adesões.
“Queremos levar as assinaturas para a Câmara e pedir que seja instalado um projeto de castração e documentação dos animais. Não somente os que estão nas ruas, mas os que possuem tutores que não conseguem pagar por um procedimento cirúrgico para os animais. Hoje, em Campinas, nem o Centro de Controle de Zoonoses, nem qualquer outro faz castrações gratuitas”, explica a organizadora do evento, Rita Nucci Corrêa.
Ela mesma recolhe animais abandonados pela rua e leva a uma clínica veterinária para vacinar e castrar e depois coloca para adoção. Porém, não consegue arcar com as despesas para todos os animais que encontra. “Aqui no [bairro] Bela Vista são pelo menos três novos animais abandonados todo dia”, cita.
Durante o evento, foram distribuídas amostras de rações, houve sorteio de brindes e atrações para crianças, além da escolha do cão mais bonito no local. “Nós queremos cobrar das autoridades uma posição, porque os animais são abandonados nas ruas, onde sofrem maus-tratos e muitas vezes ficam vagando até serem atropelados”, denúncia.
Rita disse que há cerca de dois anos havia um programa em que a Prefeitura destinava verbas para as clínicas particulares que realizavam as cirurgias de castração. Entretanto, essa verba foi suspensa e de lá para cá nenhum outro programa foi instituído.
A protetora de animais Ana Erlei, que mora na Vila Padre Anchieta, foi até a Vila Boa Vista participar da campanha e afirma que o problema da super-população de cães e gatos ocorre em toda a cidade. Ela também costuma recolher os animais abandonados nas ruas e os leva para a clínica para fazer a castração. “Alguns veterinários que conhecem nosso trabalho fazem preços mais populares pelas cirurgias. Mas, mesmo assim, pagamos do nosso bolso por um serviço que o poder público deveria ser responsável”, reclama.
A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que existe uma preocupação da Administração Municipal com a causa animal e vários processos estão em andamento. Porém, os detalhes dos processos não foram informados, porque envolvem vários setores da Prefeitura.
Projetos
Em abril do ano passado a Câmara Municipal de Campinas aprovou em primeira instância um projeto de lei do então vereador Vicente Carvalho (PV), que autoriza a Prefeitura a celebrar convênios com o Governo do Estado para a instauração de um programa de castração e identificação de cães e gatos.
O ex-vereador justificou que o programa era a melhor solução para evitar o aumento das populações desses animais abandonados na cidade, já que a velocidade de crescimento das populações de cães e gatos é alta. De acordo com ele, uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) realizada na cidade de São Paulo entre 2002 e 2008, apontou que a população humana cresceu 3,6% no período, enquanto que a canina cresceu 60% e a felina 152% em seis anos.
A expectativa com o projeto era receber uma verba suficiente para castrar e identificar de 15 a 20 mil animais. O projeto não seguiu para segundo turno.
A última ação da Prefeitura para castração de animais foi realizada no início do ano passado na Região do Anhumas. Cerca de mil animais foram esterilizados. Na época, o Centro de Controle de Zoonoses calculou que a cidade contava com cerca de 170 mil cães, porém, a maioria domiciliada.

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