Por Natalia Cesana (da Redação)
Traficantes estão fazendo nova fortuna na Inglaterra, contrabandeando partes do corpo de animais ameaçados de extinção. A informação foi publicada no jornal inglês Mirror News.
Tal negócio está dando um lucro de 100 milhões de libras esterlinas por ano (cerca de R$ 312 milhões de reais), cuja lucratividade perde apenas para o tráfico de drogas.
Funcionários das alfândegas apreenderam em containers de transporte, navios, vans, bagagens e no meio da carga de aviões 80 toneladas de partes de espécies animais raras em três anos.
Os 100 mil itens apreendidos incluíam patas de leão, pés de gorila, marfim de elefantes e a pele de um leopardo-das-neves e de um urso polar inteiro.
Uma presa de rinoceronte sozinha equivalia a mais de 1 milhão de libras esterlinas. Hoje pode chegar a 40 mil libras por quilo, mais que diamante ou cocaína.
Aproximadamente 3.400 animais vivos e ameaçados de extinção foram encontrados, incluindo filhotes de leopardo dopados, chimpanzés, tartarugas indianas e uma chita.
Colecionadores e tutores exóticos compram estes animais pela internet, por meio de sites como eBay e Facebook.
Há ainda no Reino Unido uma grande demanda pelos milagres de cura da medicina chinesa, que faz uso de partes dos corpos de animais.
A Interpol afirma que o Reino Unido é hoje o maior centro de crimes envolvendo a vida silvestre, movimentando mundialmente 120 bilhões de libras. Isso significa que a região é o segundo maior mercado global nesta área, ficando atrás apenas do comércio ilegal de drogas.
Uma investigação conduzida pelo jornal descobriu que o aeroporto de Heathrow e as docas do porto de Felixstowe, em Suffolk, são as principais rotas da Grã-Bretanha, geralmente via Bélgica.
O Comitê de Auditoria do Meio Ambiente do Parlamento nomeou a República Democrática do Congo, na África Central, como a maior fonte de animais.
A investigação descobriu ainda que rebeldes do Congo estavam sequestrando moradores para que trabalhassem como escravos do comércio animal.
O estudante Eric Tanzole contou como os combatentes das Forças Democráticas pela Liberação de Ruanda (FDLR), grupo que luta pela libertação do país vizinho, o forçaram a se tornar um jovem soldado de guerra e de como eles retalharam dois elefantes e um gorila.
“Eles diziam que iriam me matar se eu não os ajudasse”, falou o garoto de 10 anos.
“Eles diziam que iriam me matar se eu não os ajudasse”, falou o garoto de 10 anos.
Eric, que depois conseguiu fugir, disse ainda: “Eu não queria machucar os animais, mas tive que cortar os pés do gorila.”
Em outra atrocidade, quatro pessoas foram queimadas vivas em uma casa e uma garota foi pendurada em uma árvore.
Mar Ukello, de 61 anos, uma vítima, afirmou: “Eles cortam mulheres com um machado para arrancar-lhes os bebês. Eles nos batem e nos fazem trabalhar como carregadores.”
O líder do FDLR, Felix Mahoro, orgulhava-se ao Mirror: “Nós conseguimos 40 mil libras com um elefante. Nós controlamos as florestas e matamos qualquer um que entre no nosso caminho.”
A ONU afirma que outro grupo, o Exército de Resistência do Senhor (Lord’s Resistance Army), também tem matado animais e os dilacerado.
Cerca de 30 mil elefantes são mortos todos os anos.
Este comércio financia a guerra de grupos de apoio da Al-Qaeda, que já mataram 700 rinocerontes. Mas a lei não esta ficando para trás.
Graham Pitchforth, 61, e sua esposa Norah, de 68, ambos de Wakefield, Inglaterra, receberam pena de cinco meses em 2010 por importação de um filhote de leão morto, lontras, macacos e raposas. Eles vendiam os animais no eBay e lucravam 2.400 libras.
Em 2011, a polícia invadiu um “zoológico da morte” em St Helens, Merseyside, e encontrou uma cobra empalhada, um urso negro, pele de macaco e dois tigres de bengala também empalhados. Um homem de 45 anos foi preso.
Oito zoológicos britânicos, casas de leilão e museus foram roubados.
Detetives receberam recentemente a informação de que caçadores estavam planejando atirar nos rinocerontes dos parques nacionais de Kent para roubar as presas de 110 mil libras.
Sete rinocerontes no Zoológico de Colchester, em Essex, estão com proteção 24 horas.
O inspetor Nevin Hunter, da Divisão de Crimes Silvestres do Reino Unido afirma: “Gangues têm tentado roubar as presas de rinocerontes e estamos preocupados porque um animal vivo pode em breve ser morto no zoológico”.
fonte: anda
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