O homem acusado de torturar um filhote de pit bull chamado Doe, cujo nome original é Kiya, está detido sob fiança de 500 mil dólares, depois de seu processo de acusação no Tribunal Distrital de Quincy (EUA) na terça-feira passada, e pode pegar até 55 anos de prisão – 5 anos para cada uma das 11 acusações de abuso a animais. Há também uma garantia de 5 milhões de dólares anexada à fiança, e ele foi obrigado a entregar seu passaporte. As informações são do Life With Dogs.
A pobre cadela teve sua morte induzida após ser encontrada perto de Boston com uma série de lesões consistentes com torturas descritas como “medievais”. Suas articulações foram separadas, ela havia sido espancada, queimada e esfaqueada nos olhos. A pit bull sofreu um corte profundo para dar-lhe uma língua bifurcada de serpente. Bem como as queimaduras e marcas de facada, as vértebras do cão foram esmagadas ao serem atingidas por um taco de beisebol ou uma barra de ferro. O cão provavelmente sofreu abusos durante semanas, meses ou até mesmo toda sua vida.
O imigrante polonês Radoslaw Artur Czerkawski foi acusado de onze crimes de crueldade contra os animais e outro por enganar policiais durante uma investigação. A conferência pré-julgamento será no dia 21 de novembro. ”As pessoas ficam frustradas com a forma como as coisas funcionam devagar, mas este indivíduo, o réu, merece e vai ter um julgamento justo e imparcial”, disse o promotor Michael Morrissey.
Pelo menos vinte amantes dos animais demonstraram apoio à Kiya, vestindo camisetas e bottons com fotos do cão. Várias pessoas choraram alto enquanto seus ferimentos foram lidos em voz alta.
Kiya havia sido doada para uma mulher através da Craigslist (uma comunidade online que disponibiliza anúncios gratuitos), que pode ter dado a cadela a um casal, que vendeu a Czerkawski. A tutora original contatou a polícia para dizer-lhes que acreditava que o caso se tratava do filhote dela, e eles conseguiram rastrear o criminoso.
“A culpa e a responsabilidade que eu senti – meu coração se partiu”, disse Laura Hankins, tutora original da pit bull. “Era minha responsabilidade encontrar um bom lar para ela. A lista de coisas que fizeram é tão desumana e tão nojenta. Ela era o animal mais doce.”
Todos os dias, o Craigslist está cheio de anúncios que dizem “livre para um bom lar”. Muitas pessoas são forçadas a desistir de seus animais quando ficam doentes, se mudam ou enfrentam problemas financeiros que não lhes permitem manter os seus animais, ou pagar taxas de entrega para abrigos. Então, elas ingenuamente colocam anúncios online, esperando que os cães ou gatos vão realmente ir para um bom lar. Mas, sem antecedentes, referências ou acompanhamento, não há nenhuma maneira de saber como um estranho irá se comportar. Animais podem acabar nas mãos de organizadores de rinhas. Existe uma petição que pede que a Craigslist proíba este tipo de anúncio.
Czerkawski estava vivendo como cuidador de uma polonesa de 95 anos de idade, que morreu no dia 31 de agosto, no mesmo dia em que Kiya foi encontrada. Em relação à morte da mulher a polícia não suspeitava de que houvesse algum tipo de armação, mas as evidências na casa indicavam abuso animal.
No apartamento de Czerkawski, a polícia encontrou pele e sangue consistentes com o DNA de Kiya, o que deve facilitar para que os jurados o considerem culpado. Segundo Morrissey, a investigação policial começou à moda antiga, mas depois, obviamente, modernas técnicas forenses foram aplicadas – como o uso de DNA, etc. “Desde o início, nós estávamos preocupados com o fato de que, se um indivíduo pode fazer isso com um cão ou outro animal, o que ele poderia fazer a uma pessoa? Isso fez com que este caso se tornasse extremamente importante para nós”, disse o promotor.
Czerkawski vai pegar até cinco anos de prisão por cada uma das onze acusações de abuso. ”Foi muito difícil segurar as emoções”, disse Lorelei Stathopoulos, presente no tribunal. “… Este é um tribunal de justiça, mas esta foi uma tragédia. Foi ato de terceiro mundo. Temos que nos manifestar e mudar as leis, e a única maneira de fazer isso é vindo aqui e tomando uma posição”.
Enquanto isso, no Brasil, Dalva Lina da Silva, acusada de matar pelo menos 37 gatos e cachorros, foi multada no valor de 19.500 reais (1.000 reais pelos maus-tratos mais 500 reais por animal maltratado) e responderá por um processo criminal que, se resultar em pena mínima, a criminosa enfrentará apenas 100 dias de reclusão, que provavelmente serão substituídos por trabalhos voluntários ou pagamento de cestas básicas.
Dalva foi acusada de se passar por protetora de animais e recolher cães e gatos para depois matá-los com uma injeção no coração. Em janeiro de 2012, foram achados dezenas de corpos dentro de sacos de lixo em frente à sua casa na Vila Mariana. A multa foi aplicada em novembro de 2013.
fonte: anda.jor
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