terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Scientific American Brasil publica edição especial com a frase “Libertação Animal” na capa, mas não fala sobre pecuária, testes em animais ou veganismo


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Há informações importantes, mas faltam os principais pontos quando se discute a “Libertação Animal”.
A versão brasileira da mais tradicional revista de divulgação científica do mundo, a Scientific American Brasil, traz uma edição especial chamada “Vida Animal” no mês de dezembro. Nas bancas, a capa chama a atenção, com uma grande vaca explorada pela pecuária (com identificação nas orelhas, inclusive) e a frase “Libertação Animal” em letras garrafais.
Como era de se esperar de uma publicação tão respeitada com impressionantes 160 anos de história, há textos primorosos nas 81 páginas dedicadas a debater a relação do ser humano com os outros animais. Os destaques ficam com os textos “A surpeendente história do jardim zoológico”, de Nelson Aprobato Filho (MIT/USP) e“Quando os animais incorporam o luto”, de Barbara J. King (College of William and Mary). O que Nelson Filho conta em seu texto é bem interessante e traz informações muito relevantes sobre as origens dos zoológicos modernos. Ele compara, com argumentos históricos, os zoológicos a estabelecimentos direcionados ao entretenimento e ao poder, e não à sensibilidade e ao respeito. Barbara J. King conta alguns casos de clara demostração de que os animais têm sentimentos semelhantes aos nossos na perda de um ente querido.
Salvo os textos que abrem a publicação, citados acima, a edição especial nº 56 da Revista American Brasil é pobre, omissa. É impensável uma publicação desse porte colocar uma cena da pecuária com a frase “Libertação Animal” na capa de uma de suas edições especiais e simplesmente omitir todo o sofrimento imposto aos animais considerados de consumo.
Dividido em 13 matérias especiais, o conteúdo da edição fala sobre zoológicos, luto no comportamento dos animais, matança de elefantes na busca pelo marfim, sobre técnicas para cirurgias de animai, sobre a amizade do homem com os cães, sobre gatos, sobre baleias, golfinhos, abelhas e até sobre o diabo-da-tasmânia, mas não fala sobre porcos, frangos, bois e peixes, os mais prejudicados na relação do ser humano com os outros animais.
Estima-se que mais de 70 bilhões de animais sejam assassinados para consumo humano no mundo inteiro e o Brasil é o país que mais mata animais para este fim, mas isso pareceu não chamar a atenção dos jornalistas da Scientific American Brasil. Sobre o veganismo, nenhuma palavra.
fonte:vista-se

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