O Município construiu um abrigo provisório junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) para abrigar os gatos abandonados no horto florestal. Ainda vai ser firmada parceria com as Polícias Civil e Militar para coibir a prática criminosa.
O secretário de Meio Ambiente do Município, Lindomar Alves, buscou solução para o problema de gatos abandonados no horto depois de receber inúmeras cobranças da população. Ele conta que obteve laudo do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) alertando para as circunstâncias agravantes do convívio inadequado de animais domésticos com os animais silvestres existentes na área de preservação ambiental.
Outro laudo do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), conta o secretário, alerta para os riscos de problemas de saúde provocados pelas fezes dos gatos na areia do parquinho destinado às brincadeiras das crianças que frequentam o horto. Apesar do laudo, os responsáveis pelo CCZ revelaram a impossibilidade de receberem os gatos naquele centro. O secretário encaminhou o caso então para a Justiça e o Ministério Público Estadual, que decidiram pela criação do abrigo provisório e uma campanha de doação dos gatos.
A decisão foi tomada em reunião da titular do Juizado Volante Ambiental (Juvam), Milene Aparecida Pereira Betramini; e do promotor do Meio ambiente, Marcelo Caetano Vacchiano; com o secretário Lindomar Alves e representantes das ONGs de proteção animal da cidade. O acordo feito foi para que os representantes das ONGs retirassem os gatos mansos do horto e transferissem para o abrigo até o dia 31 de dezembro. A equipe do CCZ vai retirar os animais ariscos numa segunda etapa de trabalho e oferecer assistência veterinária.
Lindomar Alves firmou parceria com a Clínica Veterinária Xaolin para fazer a castração dos gatos que vão ser oferecidos para doação. Os dez primeiros animais já foram levados para passar pelo procedimento. Outra medida definida na reunião foi a de investimento numa campanha educativa sobre a doação desses animais.
Bosque Municipal
O secretário defende que o horto florestal é um bosque municipal que tem regras de utilização, já que abriga animais silvestres e oferece trilhas de caminhadas e condições de inserção do homem na natureza. O espaço conta ainda com academia ao ar livre e parquinho para as crianças. O gestor conta que fez a troca da areia do parquinho no ano passado para garantir boas condições sanitárias à brincadeira das crianças.
Lindomar calcula que há anos as pessoas adquiriram o hábito de abandonar animais naquele local, principalmente gatos. Na sua opinião, essas pessoas escolhem o horto por se tratar de um lugar agradável. “Acho que esta é a forma que esses cidadãos encontram para tentar atenuar o sentimento de culpa”, observa.
Ele acrescenta que a prática leva outras pessoas da sociedade a irem até o local alimentar os gatos abandonados. Com isso, ‘o horto se transformou num espaço de acúmulo de gatos’. “As pessoas precisam entender que aqui os gatos estão foram do seu habitat natural. Este é um espaço de animais silvestres”, disse.
Há ainda o alerta que ‘quem insistir em abandonar os animais no local fica sujeito e penas de detenção e multas estipuladas pelo Código Penal e a lei 9.605/98 dos crimes ambientais. O primeiro estipula 15 dias de detenção e multa (artigo 164) e o segundo prevê penas de três meses a um de detenção e multa (artigo 32). A prática de jogar gatos no horto vai ser coibida pela fiscalização em parceria com a Polícia Civil e Militar – PC e PM.
Gatos vão receber cuidados especiais
Os gatos retirados do horto vão contar com cuidados especiais dentro do abrigo provisório de 36 metros quadrados, onde permanecem protegidos do sol pela sombra de um pé de jatobá e sombrite instalado. Lindomar Alves anuncia que a partir desta segunda-feira (6) vai contar com o apoio de uma funcionária da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder) para cuidar da alimentação dos gatos e a limpeza do espaço. São 3 alas de 20 metros quadrados para banho de sol e área coberta de 16 metros quadrados para pousil. O abrigo foi construído com madeira doada pelo Juvam.
Lindomar Alves pede o apoio da sociedade local, especialmente das pessoas que atuam nas Ongs de proteção animal para a fiscalização que visa coibir o crime de abandono e promover a adoção dos gatos recolhidos no horto. “Precisamos da ajuda de toda população”, afirma.
Fonte: Tribuna
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