Por Fátima Chuecco (da Redação)
Foto: Divulgação
Desde que saiam de criadouros legalizados, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) não questiona qual o destino dos animais da fauna brasileira exportados para países como os Estados Unidos. No entanto, um detalhamento desse comércio deveria ser exigido por todas as partes envolvidas, incluindo Ibama e MMA – Ministério do Meio Ambiente, afinal, trata-se de vidas e não de tubos de ensaio. E, trata-se, mais ainda, de animais que desejamos proteger e não transformar em cobaias.
Ao ser questionado sobre os sagüis recentemente encontrados pela ONG BUAV (dedicada ao combate à vivissecção) num avião-cargo da TAM, com destino a centro de pesquisas científicas de Nebraska (EUA), Reginaldo Anaissi Costa, diretor do Departamento de Uso Sustentável da Biodiversidade e Floresta (DBFLO/Ibama), declarou: “O Ibama, enquanto órgão do poder executivo, tem sua ação regida por legislação específica, a qual não lhe alcança governança quanto a questionar o uso, no Exterior, de animais oriundos de criadouros devidamente legalizados, mesmo com posição pessoal contraria de muitos que fazem parte dos seus quadros”.
A matéria denunciando o transporte de primatas brasileiros para laboratórios estrangeiros, publicada no Brasil com exclusividade pela ANDA recentemente (veja em http://www.anda.jor.br/26/02/2012/apos-publicacao-de-denuncia-na-anda-tam-suspende-transporte-de-animais-para-laboratorios), provocou uma grande mobilização. A notícia se espalhou pelas redes sociais e muita gente escreveu à TAM questionando sua política anti-ética e solicitando uma mudança de atitude.
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Em resposta à mobilização nacional, a TAM abriu mão do transporte de primatas e de quaisquer outros animais silvestres ou exóticos para pesquisas em laboratórios ou estudos científicos: “A TAM Cargo mantém sua parceria com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para o transporte gratuito de animais silvestres apreendidos de volta a seu habitat natural”, dizia a nota da TAM. Apesar da grande vitória motivada pela Anda, outras companhias aéreas podem continuar exportando os sagüis.
Costa acredita que “mobilizações sociais, inclusive chegando até os países que são destinos finais dos animais, é iniciativa válida”. Mas argumenta que a alternativa para questionar o uso dado aos animais seria a existência de tratados internacionais: “Isso logicamente implica na participação de vários entes dos mais diversos países, objetivando proibir determinado uso. É preciso dar ênfase à necessidade de base legal ou tratos internacionais, pois, a governança institucional é estabelecida por tais preceitos legais”. Tradução simplória: o buraco é mais fundo.
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Abrace essa causa e impeça que os primatas brasileiros continuem servindo de cobaias
Se o Ibama declara que nada pode fazer com relação aos macaquinhos brasileiros (sagüis de diversas espécies, incluindo animais bem jovens) enviados ao Exterior, quem pode? As inúmeras e dolorosas experiências praticadas, por exemplo, no Centro Médico da Universidade de Nebraska (na cidade de Omaha) são permitidas naquele país e não há segredo. Na Internet o Centro Médico detalha os métodos de estudo e afirma que se utiliza de fêmeas e seus filhotes.
Ninguém pode ser ingênuo o bastante para acreditar que viver em cativeiro desde a mais tenra idade e submetido a agulhas e cirurgias constantes não causa sofrimento e nem angústia nesses animais. Os sagüis são criaturas sensíveis e frágeis que adoram viver em pares, formam famílias, se dedicam aos filhotes, comem frutos e dormem nas árvores onde constroem seus ninhos com o maior capricho.
Portanto, para quem acredita que é essa a vida que eles merecem ter, o próximo passo é cobrar do MMA – Ministério do Meio Ambiente uma satisfação, afinal, cada brasileiro tem o direito de saber o que fazem com a rica e especial fauna do país. Também é direito de cidadão opinar sobre o destino dado aos primatas brasileiros em terras estrangeiras e se deseja que eles saiam do território nacional para esse cruel destino.
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Como proceder para salvar os primatas brasileiros
Abaixo estão os mais importantes emails do MMA. Escrevam pedindo que os animais da fauna brasileira permaneçam no país, protegidos por lei e não sejam mais manipulados por criadouros que apenas visam lucram e desprezam a ética.
Para facilitar, basta colar o bloco abaixo no espaço “cópia” do email ou então copiar cada um separadamente. É fundamental enviar especialmente para a ministra no intuito de sensibilizá-la para essa causa.
Bloco:
izabella.teixeira@mma.gov.br; francisco.gaetani@mma.gov.br; gm@mma.gov.br; roseane.correa@mma.gov.br; ernani.kuhl@mma.gov.br; ariel.pares@mma.gov.br; anderson.couto@mma.gov.br; marília.cerqueira@mma.gov.br; fernando.coimbra@mma.gov.br; julio.baena@mma.gov.br; laura.macedo@mma.gov.br
Descrição dos emails:
Ministra do MMA e presidente do Conama – Izabella Teixeira
izabella.teixeira@mma.gov.br
Secretário Executivo
francisco.gaetani@mma.gov.br
Gabinete da ministra
gm@mma.gov.br
roseane.correa@mma.gov.br – chefe de gabinete
Diretores
ernani.kuhl@mma.gov.br
ariel.pares@mma.gov.br
Assessores especiais da ministra
anderson.couto@mma.gov.br
marília.cerqueira@mma.gov.br
Assuntos Internacionais
fernando.coimbra@mma.gov.br –diretor
julio.baena@mma.gov.br – assessor
Departamento de Economia e Meio Ambiente
laura.macedo@mma.gov.br – diretora
Fonte: anda
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