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O aumento de focas na área da Baía dos Tigres, litoral sul de Angola, e a eventualidade de, à semelhança do passado, as autoridades considerarem o extermínio dos animais, está sendo tema de debate em Luanda.
O objetivo do extermínio controlado destes mamíferos, cujo número nos últimos seis anos aumentou 14 por cento, é preservar o equilíbrio naquela zona do litoral angolano e ir ao encontro dos interesses dos pescadores locais, que consideram as focas concorrentes demasiado vorazes.
Segundo um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (INIP), apresentado sexta-feira em Luanda nas XVI Jornadas Técnico-Científicas da instituição, a população de focas na área da Baía dos Tigres, província do Namibe, estimada em 27.581 animais, registou um crescimento de 14 por cento nos últimos seis anos. No mesmo período, o número de crias aumentou para 52 por cento.
Segundo o documento, o estudo das focas iniciou-se em 2006, no âmbito do Programa Científico da Comissão da Corrente de Benguela, com expedições feitas ao longo de toda a extensão da Corrente Fria de Benguela, para a contagem de focas.Tigres contabilizou a existência de 26.337 focas, sendo que 17.154 tinham pelo menos um ano, 9.079 eram crias, além de 1.142 que se encontravam na água.
Na colônia da restinga da Baía dos Tigres foram contados 102 animais, não tendo sido observadas crias. “Embora a série temporal ainda seja curta, os resultados indicam que nos últimos seis anos registou-se um aumento de 14 por cento da população de focas na área da Baía dos Tigres”, observa o estudo.
O estudo conclui que, o elevado número de focas adultas (17.256) existentes na região da Corrente Fria de Benguela, onde cada animal para manter o seu equilíbrio térmico consome diariamente cerca de oito quilogramas de peixe, o consumo anual pode atingir as quase 50 mil toneladas anuais de pescado.
O aumento significativo das colônias de focas no sul de Angola, com especial incidência na Baía dos Tigres, tem levantado há alguns anos polêmica entre ecologistas e o Governo quanto à necessidade do extermínio controlado daqueles animais, defendida pelas autoridades.
Em 2009, Nkosi Luyeye, ao tempo diretor-geral adjunto do INIP, disse à Lusa que o crescente número de focas estava provocando a diminuição das capturas de peixe, sendo as espécies mais afectadas a sardinha e o carapau.
O extermínio equilibrado de focas, seguindo as normas adoptadas pelas organizações internacionais, como a SADC, é a resposta defendida pelo INIP para minimizar o impacto das focas no ecossistema marinho local
Fonte: AngoNotícias
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