Por Natalia Cesana (da Redação)
“Rato gigante”, “invasão de ratos”, “rato agressivo”. Desta maneira está sendo justificado o que aconteceu com um pobre ratão-do-banhado, uma espécie de roedor, na manhã de sexta-feira, 2 de novembro, que terminou sendo atingido na cabeça em Cremona, Lombardia, norte da Itália. O animal, porém, era normal, de tamanho e de comportamento, segundo informou o jornal italiano Gea Press.
O fato aconteceu em uma rua não muito distante da periferia da cidade, próximo ao rio Pó. O ratão-do-banhado, como se vê no vídeo, parou na entrada de um prédio do Serviço Sanitário local. Para prender o animal, dois vigilantes urbanos apareceram. Depois vem outro funcionário da prefeitura, usando botas de borracha e uniforme camuflado. Vestimenta à parte, o ratão-do-banhado foi facilmente encurralado e a gaiola estava perto do animal, que não fugiu nem atacou as pessoas.
O animal ficou imóvel entre a porta do prédio e a gaiola. Um dos homens tentou com uma pá fazer com que ele entrasse na armadilha, mas o animal fugiu. Inicia-se uma perseguição terrível. Com o barulho que um dos funcionários faz, o ratão-do-banhado para atemorizado e olha para ele. O homem então vem e acerta a cabeça do animal com a pá. O ratão se contorce com o impacto, mexendo as pernas pela dor mortal. É o fim de um animal “enorme” e “agressivo”.
Protestos
A organização Animal Amnesty fez a denúncia. Matar um animal sem motivo é crime. Os defensores dos direitos animais querem justiça e estão lotando a caixa de e-mails da Prefeitura de Cremona com protestos.
Quem são esses caçadores que atuam em Cremona? Eles são em 800 e, já há alguns anos, a cidade gasta 60 mil euros com estes caçadores profissionais. O papel deles é ajudar, especialmente em áreas urbanas, a ação de voluntários que, de posse da licença de caça, devem andar sempre com gaiolas e matar o animal utilizando rifle ou clorofórmio. Neste último caso, o clorofórmio deve ser manejado graças a um kit de supressão oferecido pela Prefeitura que, na prática, funciona como uma câmara de gás portátil.
Quantos destes animais já foram mortos? No segundo semestre de 2011, 46 mil ratões-do-banhado, número que pode ter subido recentemente para 77 mil. Além dos ratões-do-banhado, pombos, corvos, gralhas e raposas, mas a figura do “caçador profissional” de Cremona age mais contra os ratões-do-banhado.
OS funcionários com licença de caça se valem agora de outro método de supressão: a pá. Se é isso que acontece em uma cidade grande e na frente das câmaras, imagina o que acontece no interior do país, cometam os ativistas.
Sobre o caso, um assessor da Secretaria de Agricultura comentou que ninguém pode abater um animal sem respeitar o estabelecido em lei. O uso de clorofórmio, entretanto, não é mais permitido, tendo sido substituído por arma de ar. Mas o método ainda encontra-se no site da Prefeitura de Cremona.
O vídeo a seguir contém imagens de violência e covardia explícitas:
fonte:anda
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