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Mesmo com a casa cheia, Katarina ainda se dispõe a resgatar outros cães abandonados. (Foto: Marcele Gouche) 

Quem visita a casa da agricultora Katarina Vigieski da Silva, 50 anos, na Estrada Nova, se surpreende com o número de cães: são mais de 60 animais, que Katarina começou a recolher das ruas há cerca de 10 anos. “Já são tantos que eu perdi a conta, teve uma semana que eu peguei seis”, conta.
Mas cuidar de tantos cães não é fácil. São cerca de 400 kg de ração todos os meses, além dos gastos com remédios, panos, potes e outros cuidados. Os animais precisam ser mantidos amarrados, afirma a agricultura, pois não se dão bem entre si. “Já aconteceu de se matarem, por isso eu prendo”, lamenta. Além disso, Katarina sofre de insuficiência renal, mas se recusa a deixar que a doença lhe atrapalhe no cuidado com os animais. “Eu já passei um mês no hospital em coma, mas logo voltei a cuidar deles”, afirma.
Mesmo tendo mais de 60 cães que retirou das ruas, Katarina recentemente comprou mais um cachorro: uma Pintscher que batizou de Pitty. “Ela eu realmente não dou, essa é só minha”, conta. Apesar da quantidade, a agricultora afirma não ouvir reclamações do marido e dos vizinhos.
De acordo com ela, é extremamente comum encontrar cães abandonados na região. “Eles ficam parados quietinhos do lado da estrada, esperando que alguém pegue”, diz, afirmando que outras vezes encontra animais que foram espancados ou mutilados. Apesar das dificuldades, Katarina não quer encontrar lares adotivos para os bichinhos. “Os mais novinhos as pessoas levam, mas logo já abandonam de novo, então, eu só vou dar outra vez se me garantirem que vão cuidar”, afirma.

Cães recolhidos das ruas precisam ficar presos e separados para não brigarem. (Foto: Marcele Gouche) 

AJUDA
Embora não queira ajuda para abrigar os animais, a agricultora pede auxílio para manutenção. “Eu preciso dar vacina em alguns deles e preciso de ração e potes de comida”, afirma. A motorista Silvia Letícia Cavalli, de 34 anos, é uma das pessoas que tem prestado auxílio à agricultora. Como a casa de Katarina é de difícil acesso, Silvia tem ajudado a receber doações para os animais. “Nós levamos ração, panos, às vezes, remédios, sempre tentamos dar uma forcinha”, explica. Quem quiser ajudar pode contatar Katarina pelo telefone 9641-3342, ou Silvia pelos telefones 9621-5841 e 9227-2846, já os donativos podem ser entregues na rua Adolfo Menel, 61, bairro Nereu Ramos.
fonte:http://www.ocorreiodopovo.com.br