Cientistas descobriram que uma talentosa chimpanzé, chamado Panzee, pode reconhecer palavras distorcidas e incompletas faladas por um computador. Isso sugere que os macacos podem ser mais capazes de perceber sons falados do que se pensava, e que o ancestral comum de humanos e chimpanzés também pode ter tido essa capacidade.
A principal conclusão disso, segundo os pesquisadores, é que refuta a ideia de que somente os seres humanos possuem cérebros excepcionalmente adaptados ao processo da fala/discurso.
Panzee foi criada por seres humanos. A chimpanzé foi tratada como se fosse humana. Ao mesmo tempo, ela aprendeu a usar símbolos chamados lexigramas para se comunicar. Isso resultou em Panzee mostrando proficiência na compreensão de aproximadamente 130 palavras em inglês.
Os cientistas dizem que isso fez dela um objeto ideal para testar hipóteses sobre o quão bem outras espécies, além dos humanos, podem ser capazes de compreender a fala.
A linguagem e o discurso são há muito tempo vistos como nossa capacidade especial. Um argumento propõe que, além dos seres humanos serem a única espécie capaz de produzir discurso, devido à sua anatomia, eles também tem um módulo cognitivo especializado para processar discurso.
A evidência para isso vem de estudos que mostram que os seres humanos podem entender a fala mesmo quando ela está incompleta ou altamente distorcida.
No entanto, uma visão alternativa a essa é que o processamento auditivo é fundamentalmente semelhante na maioria dos mamíferos, e que os animais, portanto, tem habilidades latentes de percepção da fala.
Assim, os pesquisadores testaram Panzee para descobrir se ela também poderia reconhecer palavras faladas incompletas ou distorcidas.
Ela ouviu discursos codificados, que alteram as frequências das palavras faladas. Isso produz um som semelhante ao que as pessoas com implantes cocleares ouvem. Panzee também ouviu um discurso chamado de onda senoidal, que é sintetizado a partir de apenas três tons puros. Ambos os tipos de discurso modificados são compreensíveis pelas pessoas.
Os pesquisadores descobriram que Panzee reconheceu as palavras degradadas com muito mais frequência do que se fosse aleatoriamente. Sua educação parece ter lhe dado experiência suficiente de ouvir e entender as palavras faladas para permitir que ela as reconhecesse mesmo distorcidas.
A conclusão destaca a importância da experiência inicial na formação da percepção da fala, e fornece evidências de que um ancestral comum dos humanos e chimpanzés teve a mesma capacidade de perceber o discurso.
Segundo os pesquisadores, se os seres humanos possuem mesmo um módulo cognitivo especializado de processamento de fala no cérebro, seria algo que evoluiu mais tarde na nossa espécie, tornando-nos mais eficientes no que fazemos.[BBC]
fonte:http://hypescience.com/
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