A seca que assola o sertão nordestino mudou a vida dos criadores de gado nos municípios que sofrem com a severa estiagem há pelo menos oito meses. Sem chuva, o pasto foi reduzido à areia. Debilitados pelo alimento escasso, muitos animais já estão morrendo de sede e fome, gerando verdadeiros cemitérios a céu aberto. Além de não ter capim para dar a ovinos e bovinos, os produtores ainda são obrigados a comprar ração e complementos alimentícios a preços inflacionados.
Não é difícil encontrar animais mortos pelas estradas, pastos e riachos secos no sertão do Nordeste. Para evitar mortes, muitos produtores dividem a água que recebem com os animais para evitar que eles fiquem ainda mais debilitados.
Em Poço Redondo, município mais afetado pela seca em Sergipe, todos os criadores ouvidos pelo UOL afirmam que já perderam animais com a estiagem. No riacho do Brás, que está completamente seco há meses, carcaças de bois e vacas estão espalhadas pelo local. Em pouco mais de 300 metros, a reportagem encontrou sete animais mortos. O último deles, segundo a dona do terreno, morreu no fim de semana anterior à visita.
“É uma tristeza grande demais. Se não chover, ou o governo não ajudar com ração, em três meses não teremos nenhum animal vivo mais na cidade”, disse a pecuarista Sônia Souza Costa, que viu a morte de sete de suas vacas nos últimos meses.
“Se pelo menos o governo ajudasse com a ração, ajudaria bastante. Mas até agora recebemos água de carro-pipa só para nosso abastecimento de casa. Mas, mesmo não dando, temos que dividir a água com os animais para que eles não morram”, afirma.
Fonte: 180 Graus
Nenhum comentário:
Postar um comentário
verdade na expressão