Líder kadiwéu diz que indígenas irão cooperar com vacinação contra aftosa.
Advogado de produtoras diz que o prazo é 'atentado contra a lei'.
Advogado de produtoras diz que o prazo é 'atentado contra a lei'.
Os kadiwéu que ocupam fazendas no Pantanal de Mato Grosso do Sul deram prazo de um mês para que os donos dessas propriedades retirem seus rebanhos das áreas reivindicadas pelos indígenas. A informação é do líder da etnia, Francisco Matchua, durante entrevista na tarde desta terça-feira (15). Até lá, segundo ele, os índios não vão atrapalhar e ainda podem ajudar na vacinação contra a febre aftosa, que começou há 15 dias na região e já está sendo feita pelos produtores que não tiveram áreas ocupadas.
Matchua afirma que se os rebanhos não forem retirados até o dia 15 de junho, os animais serão colocados para fora das fazendas. "Nós só estamos lutando pelo que é nosso, que são as terras. Os animais são dos não índios e eles tem que retirar de lá. O que é deles, é deles", disse ao G1 o líder indígena.
Segundo o líder indígena, as criações de animais de pequeno porte dos fazendeiros, como porcos e galinhas, estão sendo cuidadas pelos índios. "Nós estamos dando comida e criando esses animais, os proprietários podem entrar nas terras e pegar esses bichos", afirma Matchua.
Vacinação
O kadiwéu relata que os indígenas têm cerca de 1 mil cabeças de gado que estão nas propriedades ocupadas. Segundo ele, esses animais também serão imunizados. Segundo a diretora da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal (Iagro), Cristina Carrijo, as doses serão fornecidas sem custo pelo órgão.
O kadiwéu relata que os indígenas têm cerca de 1 mil cabeças de gado que estão nas propriedades ocupadas. Segundo ele, esses animais também serão imunizados. Segundo a diretora da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal (Iagro), Cristina Carrijo, as doses serão fornecidas sem custo pelo órgão.
Ainda de acordo com Cristina, a primeira etapa da vacinação será realizada no rebanho de 2,6 mil cabeças que está em propriedades localizadas em Bonito, a 300 km de Campo Grande. Três equipes da Iagro, segundo ela, devem realizar os trabalhos no local. Depois, a ação será realizada nas cidades de Porto Murtinho e Corumbá, a 454 e 444 km da capital.
Segundo o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Edson Fagundes, a fundação e os indígenas nunca se opuseram a vacinação e devem colaborar para que todo rebanho seja vacinado. O calendário de vacinação na região do Pantanal é do dia 1º de maio até 15 de junho.
Outro lado
O advogado Igor Vilela Pereira, que defende duas produtoras que tiveram fazendas invadidas, disse ao G1 que ficou sabendo informalmente do prazo para a retirada do gado das propriedades. Segundo ele, há uma ação de reintegração de possem em andamento, que espera sair até a próxima quinta-feira (17).
O advogado Igor Vilela Pereira, que defende duas produtoras que tiveram fazendas invadidas, disse ao G1 que ficou sabendo informalmente do prazo para a retirada do gado das propriedades. Segundo ele, há uma ação de reintegração de possem em andamento, que espera sair até a próxima quinta-feira (17).
"O dia chave, é o dia da audiência, mas isso que o chefe dos kadiwéus está dizendo é um atentado contra a lei, contra os princípios que norteiam nossos direitos. Caso eles façam isso, a responsável será a União, porque tem uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 1987 que está para ser julgada e definir de quem são as terras", afirma.
Retomada
Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), os índios teriam começado as ações a partir do dia 27 de abril. Os produtores denunciaram a situação à Polícia Federal no domingo (6). A PF confirmou a ocupação e a expulsão de donos e funcionários. Segundo a Funai, quatro fazendas foram ocupadas pelos kadiwéu.
Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), os índios teriam começado as ações a partir do dia 27 de abril. Os produtores denunciaram a situação à Polícia Federal no domingo (6). A PF confirmou a ocupação e a expulsão de donos e funcionários. Segundo a Funai, quatro fazendas foram ocupadas pelos kadiwéu.
Em documentos, a demarcação reconhece ao todo uma área de 538,5 mil hectares na região oeste do estado como sendo reserva indígena. Mas fazendeiros questionam na Justiça uma área de 155 mil hectares, situada entre os municípios de Porto Murtinho e Corumbá. Atualmente, a região é utilizada para a pecuária, com mais de 10 mil cabeças de gado. Alguns fazendeiros estão retirando os rebanhos às pressas.
fonte: correiodecorumba
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