terça-feira, 15 de maio de 2012

Gata é resgatada após ficar seis dias presa em árvore


Gata é resgatada após ficar seis dias presa em árvore em Porto Alegre (Foto: Arquivo Pessoal/CP)
O que parece história de desenhos animados aconteceu em Porto Alegre, nesta segunda-feira. Na manhã de hoje, bombeiros escalaram uma árvore para resgatar de lá uma gata abandonada, que estava entre os galhos. A bichana ficou por lá seis dias, período em que a temperatura e o clima variaram bastante – inclusive, hoje foi o amanhecer mais frio do ano na Capital, com 5,5°C .
Em prol da gata, uma verdadeira mobilização na internet foi realizada. E ela começou com a nutricionista da Ufrgs Rita Cherutti. Ela conta que chegou ao local do incidente, a rua Andaraí, na zona Norte da cidade, após ligação de uma amiga. A situação em que o animal se encontrava preocupou Rita, tutora de cinco gatos: “Todos retirados das ruas”.
Desde a noite de domingo, Rita e um grupo de amigos começaram a ligar para o Corpo de Bombeiros, que chegou a ir ao local. Em uma primeira tentativa, a cada vez que os bombeiros se aproximavam da gata, ela subia para mais alto da árvore, ultrapassando o limite das escadas. “À noite, eu estava embaixo de edredons na cama com meus filhos, mais cinco gatos, e sentíamos frio. Imagina ela, lá em cima”, compadeceu-se Rita.
O capitão do Corpo de Bombeiros Marcos Paz explica que o grupo não tinha disponível equipamento do tamanho necessário para a operação e, por isso, a operação precisou ser adiada para a manhã de hoje. Segundo o oficial, as escadas medem cerca de 9,5 metros de altura e o animal já se encontrava a 15 metros do solo. O caminhão com auto-escada poderia chegar até o topo, mas devido a questões logísticas, seu uso seria impossível no local. “Era necessário que o homem estivesse na escada para poder resgatar a gata”, acrescenta o capitão.
Foi o que enfim ocorreu na manhã desta segunda-feira, quando o Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros, usando trepas, subiram na árvore. Assustado, o bichano se afastou ainda mais, até onde não havia mais para onde ir, sendo finalmente resgatado. Depois da operação, a gata ficou aos cuidados do professor da Ufrgs Renato Zamora. O resgate foi acompanhado por Rita, que cancelou os compromissos da manhã e ver o salvamento.




Foto: Arquivo Pessoal/CP)
Reclamações quanto a atuação dos bombeiros
Apesar do final feliz, Rita reclamou da falta de apoio das autoridades. Segundo ela, na noite de sábado, os bombeiros se negaram a realizar a ocorrência, o que é desmentido veementemente pelo capitão Marcos Paz: “Bombeiro não se nega a atender nenhum tipo de ocorrência”.
A mulher também conta que ligou para a Secretaria Especial dos Diretos dos Animais e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Ambos os órgãos da prefeitura teriam lhe respondido que o atendimento só poderia ser realizado pelo Corpo de Bombeiros.
“Muitas foram as ligações de moradores do bairro, e outras pessoas envolvidos com o sofrimento do pequeno ser, porém muitos poucos realmente fizeram alguma coisa”, desabafou ela, no Facebook. “Quem ama animais e resgata sabe a dificuldade que é conseguir pessoas que realmente queiram ajudar.”
De acordo com o comandante do primeiro comando regional dos bombeiros, tenente coronel Roge, o resgate de animais não é necessariamente um trabalho dos bombeiros. “Fazemos o serviço até para evitar que alguém suba querendo salvar e acabe se machucando, mas não temos equipamento para tanto”, diz. Conforme ele, a responsabilidade nesse caso é do GBS. No entanto, o oficial não sabe informar porque os atendentes do 193 não chamaram o batalhão adequado e a gata ficou tanto tempo sem água, comida ou maneira de descer.

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