O poder Executivo local proibiu, na última semana, perseguições seguidas de laçadas e derrubadas de animais em rodeios, conforme a lei n° 7.210 sancionada pelo prefeito Barjas Negri (PSDB). O não cumprimento da norma acarretará multa de R$ 10 mil e o infrator será intimado a cessar de imediato a prática. Em caso de reincidência, a multa terá valor dobrado. O autor do projeto de lei foi o vereador Laércio Trevisan (PR).
Segundo Trevisan, a iniciativa é uma forma de Piracicaba evitar uma ocorrência similar a que aconteceu em agosto, durante a 56° edição da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, quando um bezerro ficou tetraplégico e precisou ser sacrificado após ter sido submetido à prova de bulldog (imobilização de bezerros).
"Casos assim não são incomuns, uma vez que as provas de perseguição, seguida de laçada e derrubada não só submetem os animais ao sofrimento físico e psíquico, mas a riscos de lesões orgânicas, rupturas musculares e paralisia gerada por danos irreversíveis à coluna vertebral", diz o vereador. Nas ruas, a medida pode ser taxada de popular e, por isso, atendeu a um anseio de parte da população, de acordo com os relatos ouvidos pela reportagem de A Tribuna. E engana-se quem pensa que só ambientalistas é que estão do lado da proibição.
“Acho um exagero esse tipo de provas, que acabam trazendo riscos aos animais. Espero que o próximo passo também seja a proibição dos rodeios. Se Piracicaba quer ser modelo, que comece pela relação com os animais”, argumenta a professora de artes Eulídia de Campos.
O representante comercial Fagner Herrera vai além. “Não dá para acreditar que o ser humano, em pleno século 21, ainda acompanhe e goste desses tipos de provas. Já passou da hora de acabar com elas”, afirma, mesmo conhecendo a popularidade e a chamada tradição que ainda existe nestes tipos de disputa.
AS PROVAS – Na prova “calf roping” (laço do bezerro), o peão laça o pescoço do bezerro e o faz estancar de forma abrupta. Na “team roping” (laço em dupla), os animais são laçados pela cabeça e na parte traseira. Ambas as provas podem causar lesões na coluna vertebral dos animais e lesões orgânicas. Nas vaquejadas, o gesto de tracionar o animal pelo rabo pode causar luxação nas vértebras, rupturas de ligamentos e vasos sanguíneos. Na prova conhecida como “bulldogging”, o peão desmonta do cavalo, atirando-se sobre a cabeça do animal em movimento, com intenção de derrubá-lo no chão agarrando pelos chifres. .tribunatp
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