quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

studo sugere ligação de carne vermelha com câncer renal




Carne vermelha aumenta propensão para cancro renal











Comer muita carne vermelha pode estar associado ao desenvolvimento de cancro renal, especialmente se for grelhada. Esta revelação foi feita numa publicação científica chamada American Journal of Clinical Nutrition, a qual divulgou os resultados de um estudo norte-americano.
Os resultados vão ao encontro das recomendações de dieta da Sociedade Americana de Cancro, que aconselha a limitação do consumo de carne vermelha e da carne preparada no churrasco e no forno.
O estudo seguiu os hábitos alimentares de 500 000 americanos com mais de 50 anos durante nove anos e descobriu que os que comiam mais carne vermelha do que o resto eram quase 20% mais propensos a sofrer de cancro renal.
Os investigadores alertam para o facto de que consumir carne grelhada ou de churrasco incrementa a ingestão de químicos relacionados com o cancro, no estanto ressalvam que não se deve abolir completamente a carne vermelha da dieta já que ela fornece, entre outros nutrientes, bastante ferro e proteínas.
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A maior absorção de substâncias químicas presentes na carne grelhada ou assada na brasa também foi associada a um maior risco. "Nossas conclusões corroboram as recomendações alimentícias para a prevenção do câncer atualmente, divulgadas pela Sociedade Americana do Câncer - limitar o consumo de carne vermelha e processada, e preparar a carne por métodos de cocção, como cozida ou assada no forno", disse Carrie Daniel, coordenadora da pesquisa, ligada ao Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos.
Estudos anteriores examinando a associação entre carne vermelha e câncer renal chegaram a resultados ambíguos, por isso Daniel e seus colegas usaram dados de um estudo que envolveu quase 500 mil adultos maiores de 50 anos, que responderam a questionários sobre seus hábitos alimentares - incluindo o consumo de carne - e então foram acompanhados por uma média de nove anos.
Durante esse período, 1,8 mil participantes - menos de 0,5% - foram diagnosticados com câncer renal. Na média, os homens envolvidos no estudo consumiam de 57 a 85 g de carne vermelha por dia, enquanto as mulheres comiam de 31 a 57 g. Os participantes que consumiam mais carne vermelha - cerca de 115 g por dia - tinham 19% mais propensão a serem diagnosticados com câncer renal do que os que comiam até 31 g de carne vermelha por dia.
A análise levou em conta outros aspectos que poderiam influenciar o risco de câncer, como idade, raça, consumo de frutas e legumes, tabagismo, consumo de álcool, hipertensão e diabetes. O risco de câncer renal era agravado também entre pessoas que comiam a carne mais bem passada, o que eleva sua exposição a substâncias químicas decorrentes do preparo.
O estudo não afirma que a carne vermelha, ou a carne bem passada, causa câncer renal. Como lembrou o epidemiologista Mohammed El Faramawi, da Universidade do Norte do Texas, muita gente passa a vida comendo carne sem ter câncer nos rins, ao passo que há pessoas que quase não comem carne e desenvolvem a doença.
"A carne vermelha é uma importante fonte de ferro, tem proteínas", disse El Faramawi, que não trabalhou no estudo, e recomendou que as pessoas não parem de comer carne vermelha - apenas sigam as orientações alimentares dos especialistas.
Daniel disse que são necessário mais estudos para compreender por que a carne vermelha parece estar associada a determinados tipos de câncer, e não a outros. Por enquanto, disse, a recomendação é reduzir o tempo de cocção da carne, não expô-la diretamente às chamas ou ao metal quente, e usar o micro-ondas para cozinhar parcialmente a carne antes de expô-las a altas temperaturas.

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