segunda-feira, 18 de julho de 2011

OS PORQUÊS DA PESQUISA

>>>COELHO
Tem pele e olhos que ajudam a avaliar o efeito que certos produtos

teriam no ser humano, por isso é um dos favoritos da indústria de cosméticos

>>>PRIMATAS
Como as criaturas do reino animal que guardam maior parentesco com

os seres humanos, são valiosos numa etapa final de teste de drogas antes

dos estudos clínicos. Mas são menos usados que os camundongos pela

dificuldade de manuseio em laboratório

>>>PORCO
Possui órgãos de tamanho e funcionamento similares aos nosso. Possível

fonte de tecidos para transplantes (os xenotransplantes"), caso eles possam

ser alterados geneticamente para aumentar sua compatibilidade com o homem

>>>CAMUNDONGO
É fácil de manter e usar em laboratório e tem um genoma notavelmente

parecido com o do ser humano, o que ajuda a testar uma infinita gama de

medicamentos que poderão ajudar a saúde do homem

>>>CACHORRO
Por ter muitas doenças parecidas com as do homem, é muito útil na tentativa

de compreender essas enfermidades e desenvolver formas de combatê-las

De toda maneira, a proibição realça também uma relação custo-benefício:

uma coisa é sacrificar animais para aliviar o sofrimento humano e curar

doenças; outra, bem diferente, é alimentar uma sociedade cada vez mais

obcecada com a beleza e padrões estéticos determinados culturalmente. Com os zilhões de produtos já disponíveis hoje para todo tipo de vaidade, não há muitas razões defensáveis para permitir que animais continuem sofrendo nas mãos da indústria de cosméticos.

Nos Estados Unidos, a preocupação também existe e é de longa data.

"Uma denúncia feita à empresa de cosméticos Revlon, que utilizava coelhos

para testes de toxicidade de seus produtos, em 1980, culminou na publicação

de um anúncio de página inteira, no jornal 'The New York Times', com a

seguinte frase: 'Quantos coelhos a Revlon cega em nome da beleza?'",

conta Stevens Rehen, biólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

"A mobilização social gerada acarretou no progressivo abandono da utilização

de animais para esses fins. Atualmente, diversas empresas de cosméticos

levam um selo para identificar produtos que não utilizam testes animais na

sua produção, posicionando-se, inclusive, contra os testes animais."

Mas ainda há muito trabalho pela frente para reduzir o uso de animais.

Durante a última reunião da AAAS (Associação Americana para o Avanço da

Ciência, principal sociedade científica naquele país), foi discutido um grande

projeto, conduzido pelos NIH (Institutos Nacionais de Saúde) em parceria

com a EPA (Agência de Proteção Ambiental). Durante cinco anos, um estudo

tentará substituir animais por robôs abastecidos com culturas de células para

testar a toxicidade de substâncias.

O projeto deve permitir que sejam feitas 10 mil análises diárias - um forte

contraste com os 10 a 100 estudos por ano feitos com cobaias. De novo,

a técnica não traz todas as respostas, mas pode ajudar pelo menos a fazer

uma primeira triagem de substâncias e reduzir o número de animais que

terão de ser sacrificados na pesquisa.

A robótica também tem papel promissor no lado educacional: hoje, milhões

de animais são sacrificados anualmente nas aulas de medicina, como forma

de preparar futuros profissionais de saúde e cirurgiões a conduzir

procedimentos médicos delicados em seres humanos.

A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo, antiga Escola Paulista de

Medicina), por exemplo, já iniciou essa revolução. Desde 2002, a instituição

introduziu em suas aulas um rato que os futuros médicos podem esquartejar

à vontade - ele é inteiramente feito de PVC.

revista Galileu

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