AE - Agência Estado
Estudos recentes questionam métodos científicos consagrados para estimar o risco de extinção de espécies. Para os autores, a crise da biodiversidade é um fato inegável, mas há o perigo de se utilizar dados pouco confiáveis na definição de políticas ambientais. Na prática, previsões erradas comprometem a eficácia dos projetos, estimulam o desperdício e causam descrédito.
Um trabalho publicado na revista Nature, por exemplo, mostra porque estavam erradas diversas estimativas do início da década de 1980. Muita gente achava que, até o fim do milênio, metade das espécies de seres vivos teria sido extinta - profecia que, felizmente, não se cumpriu.
Na última década, surgiram novos anúncios de cataclismos na biodiversidade. Um dos mais famosos relaciona aquecimento global e extinção em massa. O trabalho, publicado há sete anos na própria Nature, previa a extinção de até 50% das espécies até 2050 como saldo do efeito estufa. A notícia mereceu manchetes, mas tudo indica que o porcentual está inflacionado.
Em ambos os casos, os cientistas partiram de um método conhecido como Relação Espécies-Área (SAR, na sigla em inglês), utilizado para estimar quantas espécies novas são descobertas quando se explora um hábitat desconhecido. Simplesmente inverteram a lógica e criaram o SAR reverso: se um biólogo encontra, em média, três espécies novas quando vasculha 40 quilômetros quadrados de Mata Atlântica, a destruição da mesma área do bioma traria consigo a extinção de três espécies. Certo? Errado.
O chinês Fangliang He e o americano Stephen Hubbell, do Instituto Smithsonian, mostraram que as estimativas obtidas com o SAR reverso podem oferecer valores até duas vezes maiores que a realidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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