Os avanços da ciência com relação às células-tronco alcançaram também a medicina veterinária, e estão ajudando principalmente cães e gatos a se recuperar de algumas doenças. Em Belo Horizonte, as clínicas estão, aos poucos, implantando a nova técnica, que já é utilizada no Brasil de forma experimental há 10 anos e como procedimento clínico há quatro.
As células-tronco – normalmente obitdas a partir de material embrionário – têm a capacidade de regenerar tecidos danificados. Elas são introduzidas no local do problema e adquirem a forma e a função dos tecidos. Além disso, possuem capacidade anti-inflamatória, fazendo com que os danos sejam reparados de forma mais rápida. “Elas são indicadas principalmente para o tratamento de insuficiência renal crônica e problemas de articulação”, explica o médico veterinário Luiz Fernando Ferreira, da clinica Professor Israel.
Ao contrário das terapias tradicionais, com uso de medicamentos, o tratamento com células-tronco não é agressivo ao organismo do animal e não tem efeitos colaterais. Isso porque a regeneração de tecidos é algo que já ocorre naturalmente nos seres vivos. Há um porém: o novo tratamento não é indicado para animais com câncer. Segundo Luiz Fernando, ainda não se sabe ao certo como funciona a interação das células-tronco com as cancerosas.
Em média, são feitas três aplicações de células-tronco no animal, com intervalos de 30 dias entre cada dose. Ou seja, a terapia costuma durar 60 dias. Dependendo do animal e da doença a ser tratada, uma aplicação pode ser suficiente para resolver o problema. O custo estimado de cada aplicação é R$ 2 mil.
Luiz Fernando Ferreira diz que a resposta às aplicações é muito individual e que o animal não precisa de cuidados especiais durante o tratamento. Além disso, dependendo da doença e do estado geral, o animal pode ter uma recuperação total ou melhora significativa. “O procedimento não demanda anestesia e a aplicação das células-tronco é feita por meio de soro intravenoso”, esclarece.
Após as aplicações, o animal precisa ficar em observação por aproximadamente duas horas e, logo depois, é liberado. “Temos conseguido um resultado bastante positivo com os tratamentos. Em 90% dos casos, os animais voltam a ter suas funções restabelecidas, além de melhor qualidade de vida”, diz o veterinário.
Fonte: Encontro
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