segunda-feira, 5 de maio de 2014

Pele desenvolvida em laboratório é virtualmente idêntica à pele humana

coelho
Pela primeira vez, cientistas foram capazes de criar uma epiderme artificial em laboratório. Por si só, isto é um grande avanço revolucionário, mas também significaria que o fim dos testes em animais para produtos estaria próximo? As informações são do site Care 2.
Pesquisa feita por uma equipe da Kings College London (KCL) e publicada neste mês no periódico Stem Cell Reports, informa que cientistas usaram células tronco pluripotentes para gerar epiderme artificial, ou seja, a camada mais externa da pele. As células tronco pluripotentes são aquelas células especiais que podem ser transformadas em uma variedade de células diferentes, para diferentes funções e, por isso, são particularmente apropriadas para o avanço científico.
Os cientistas conseguiram gerar a epiderme estimulando as células tronco a criarem camada sobre camada de células de pele (queratinócitos) que foram então expostas a vários níveis diferentes de umidade a fim de criar uma epiderme desgastada que é virtualmente idêntica à pele humana quanto a sua função. Quando os cientistas fizeram biópsias das células da pele, eles descobriram que não havia diferença significativa na estrutura ou função, quando comparadas à camada mais externa da pele.
Anteriormente, os pesquisadores achavam difícil gerar uma epiderme funcional em laboratório, mas agora eles acreditam que por esta pele desenvolvida em laboratório ser virtualmente idêntica à pele humana e poder ser facilmente gerada para uso comercial, não deve haver nenhuma barreira para usar a pele para testes em cosméticos, detergentes e em fármacos.
Dr. Duscko IIic, que liderou a equipe da Kings College, explicou porque esta pele desenvolvida em laboratório tem vantagens significativas: “Equivalentes à epiderme humana representando diferentes tipos de pele também poderiam ser desenvolvidos, dependendo da fonte das células tronco usadas e assim ficariam sob medida para o estudo de uma gama de condições de pele e sensibilidades em populações diferentes.”
Isto também mostra como a nova pele desenvolvida em laboratório poderia ajudar a substituir alguns animais em experiências para novas drogas. Por exemplo, as camadas de pele poderiam ser artificialmente afetadas com diferentes doenças como eczema, de forma que os pesquisadores pudessem estudar as condições e aprender mais sobre elas. Obviamente, se animais de laboratório fossem substituídos, isto evitaria muita dor e sofrimento além de fornecer conhecimento científico avançado. É importante enfatizar, entretanto, que ainda não foi determinado quanto tempo levará, ou quando (ou até mesmo se) a epiderme artificial possa vir a ser introduzida gradualmente em testes para cosméticos, embora haja esperança de que isto possa ser feito relativamente em pouco tempo.
Os defensores do bem-estar animal deram as boas-vindas à pesquisa. O diretor e toxicólogo Troy Seidle da Humane Society International, disse: “Este novo modelo de pele humana é superior cientificamente à pele obtida com a morte de coelhos, porcos, ratos e outros animais e esperamos que as descobertas da pesquisa sejam aplicáveis às pessoas – o que frequentemente são, devido às diferenças das espécies em permeabilidade e imunologia da pele e outros fatores.”
Antes disto, havia alternativas disponíveis aos testes em animais. Por exemplo, testes de irritação em pele artificial: previamente, animais como coelhos eram expostos a um produto para ver se sua pele formava bolhas, queimava, ou se tinha qualquer outra reação. Esta alternativa já está disponível no mercado, mas em muitas áreas do mundo a indústria de cosméticos ainda usa animais, devido tanto ao custo quanto ao argumento de que testes em animais fornecem uma imagem mais verdadeira do risco aos humanos. Ambos os argumentos são contestados.
Em março deste ano, a União Europeia proibiu a venda de cosméticos testados em animais e seus ingredientes depois de significativa pressão dos consumidores que disseram que não queriam produtos que tivessem causado sofrimento. Apesar disto, a indústria de cosméticos lutou contra a proibição e disse que continuará a lutar quando os defensores do bem-estar animal fizerem conforme o planejado e pressionarem por uma proibição global contra os testes desse tipo para cosméticos. As mudanças na EU não incluem testes para produtos como detergente ou medicamentos, mas, apesar de tudo, este fato é considerado um passo significativo.
Os Estados Unidos não exigem que cosméticos sejam testados em animais antes da venda, mas sem uma legislação específica para acabar com este método, muitas empresas ainda usam esta prática apesar do fato de que há alternativas disponíveis, algumas tão fáceis como usar produtos químicos e ingredientes que já têm registro de segurança comprovada.
Em forte contraste com a proibição da EU sobre cosméticos testados em animais, a China exige que, junto com sua prática atual de testar cosméticos em animais, todos os cosméticos gerados por empresas estrangeiras sejam testados em animais antes da venda dentro do país. Porém o país está analisando mudanças na legislação.
Mas por enquanto, isto pode significar que mesmo as empresas que não testam em animais na União Europeia, ainda podem testar em animais na China para que possam vender seus produtos em outros mercados.
fonte:anda.jor

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