domingo, 23 de junho de 2013

Governo da Guatemala retira título de Patrimônio Cultural de circo que explora animais


Por Renata Takahashi (da Redação)
Tigres explorados em números de apresentações do Circo Rey Gitano. (Foto: Reprodução/ Youtube)
Tigres explorados em números de apresentações do Circo Rey Gitano. (Foto: Reprodução/ Youtube)
Nos últimos meses, circos que exploram animais parecem estar entre os assuntos mais comentados pela mídia global quando se fala em direitos animais. Desde o começo do ano, municípios de diversos países como Goiânia, no Brasil e Vitória e Ourense, na Espanha aprovaram leis que libertam animais de circos e espetáculos. Em abril, a Inglaterra anunciou que a proibição de espetáculos com animais selvagens começa a valer em 2015. Na Colômbia, uma lei proibitiva foi aprovada no início deste mês de junho. Fora os protestos pedindo o fim de espetáculos com animais, que acontecem com frequência em países como Estônia, México, Porto Rico, Estados Unidos e outros. A mais recente notícia vem da Guatemala. O portal Terra publicou nesta quarta-feira (19) que o governo da Guatemala retirou do circo Rey Gitano o título de Patrimônio Cultural Intangível após denúncias de supostos maus-tratos e exploração dos animais usados em seus espetáculos.
O Ministério de Cultura e Esportes disse em um comunicado que revogaria o título conferido ao circo em 2012. Durante uma análise, ficou determinado que o circo Rey Gitano, propriedade do guatemalteco Hugo López, não cumpre com os requerimentos necessários para ser considerado Patrimônio Cultural Intangível da Nação.
O título havia sido concedido em 2012 por terem considerado que o circo levava entretenimento à população, mas recentemente organizações civis que lutam pelos direitos animais denunciaram que os mesmos são explorados e maltratados nestes espetáculos.
A vice-ministra de Patrimônio Cultural, Rosa María Chang, explicou que uma petição de várias organizações civis fez com que o título fosse revisado, e foi decidido por sua anulação.
No circo Rey Gitano, segundo a reportagem do Terra, 90 animais, entre selvagens e domésticos, são explorados. No último dia 7, o proprietário do circo foi multado com 1.500 quetzales (equivalente a 192,30 dólares) no município de Villa Nueva por maltratar os animais que exibe. Além disso, o município solicitou ao Conselho Nacional de Áreas Protegidas que abra uma investigação para averiguar as irregularidades.
Esta pode ser uma oportunidade para que a Guatemala reveja sua legislação sobre espetáculos com animais, e liberte da escravidão e do sofrimento centenas de seres sencientes vítimas da indústria do entretenimento.
fonte: anda.jor

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