foto: Facebook/Fotos de Luisa Mell · Página de Luisa Mell
Luisa Mell
Em 1857, um negro propôs uma ação na Suprema Corte Americana pedindo para ser considerado cidadão e assim ter direitos. Na época, seu pedido foi negado, pois os juízes não o consideraram uma pessoa, por ser negro. Alguns anos passaram-se antes da abolição da escravatura e quando ela aconteceu, em todos os lugares, todos os setores conservadores das sociedades protestaram veementemente, com palavras de ódio e violência perguntando-se como o mundo e a economia poderiam funcionar sem escravos, o que seriam dos engenhos e do conforto dos brancos, entre outras questões.
Em 1898, Nova Iorque sediou a primeira conferência de planejamento urbano do mundo. O principal tema da conferência foi o cavalo e todos os problemas que o mesmo gerava como meio de transporte, como as fezes por todas as ruas, a inflação de alimento - pois as fazendas eram transformadas em pastos - e também o sofrimento imputado aos animais. Nesta mesma época, quando propôs-se o fim do uso dos cavalos, todos os setores conservadores da sociedade protestaram, questionando sobre seu conforto pelo uso do mesmo como meio de transporte privado e comercial.
Hoje, quando falo em libertação animal, como no caso dos Beagles e do Instituto Royal, não faltam pessoas, com fez aquele colunista da Veja, protestando com violência, repetindo a História e questionando o que será da ciência sem que animais possam ser escravizados em nome de seu conforto e saúde, exatamente como foi feito em outras questões que hoje, sentimos vergonha por um dia terem existido. Parcelas com interesses econômicos da sociedade levantam-se colocando seus interesses acima de vidas e não faltam ameaças.
Pensando nisso, hoje, eu fiquei feliz. Feliz, pois olhando para a História, que sempre tende a se repetir, entendi que estamos no caminho certo. Somos ainda o começo de uma mudança que pode demorar mas vai acontecer.
Se a ciência já provou que a linguagem, a cultura e a consciência estão presentes em praticamente todas as espécies (e não só na humana, como acreditava-se), por que ainda diferenciamos direitos entre nós e outros seres com tamanha frieza? Se há mais de um século, Darwin demonstrou a capacidade de sofrer, de sentir medo e dor em todos os seres conscientes, porque ainda existe tanta hipocrisia no Direito quando trata-se de defender animais?
Eu realmente não acredito que aceitemos passivamente que um filhote de macaco, um cachorro ou qualquer outro animal possa ser submetido a torturas em testes científicos. Que bilhões de animais estão neste momento presos, separados de seus filhotes e sendo engordados com todos os tipos de drogas para o simples consumo e prazer humano. Quem nos deu a prerrogativa de separar os Direitos entre espécies, além de nossa brutalidade e vaidade?
Sei que, no fundo, as razões são puramente econômicas e que acima da compaixão, para muitos, está o dinheiro. Por isso, tenho certeza de que a mudança tem que partir de cada um que acredita. Boicote empresas que testam em animais ou se esquivam da pergunta. Coma menos carne. Conscientize-se de que comer um cachorro, como os chineses fazem, é tão brutal como comer um boi ou porco. A diferença é puramente cultural. Não use couro ou peles, pois sem mercado, não há produção e sem produção, nenhum animal é morto.
Usando o exemplo da carne, apenas dois dias por semana sem carne no prato de cada um de nós, representaria quase 30% menos animais escravizados e morrendo em abates. Apenas dois dias por semana! Pensem nisso.
Mudar o mundo está em nossas mãos e estamos no caminho certo. Eu acredito!
fonte: Luisa Mell/Facebook
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