sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Ursos famintos devido a enchentes serão mortos a tiros na Rússia


(da Redação)
Foto: Reprodução
Ursos serão mortos na Rússia por estarem”famintos”.            Foto: Reprodução
As chuvas em volume “recorde” de Julho e Agosto encheram rios no leste da Rússia e causaram inundações não vistas em um século. Yakutia, uma vasta região no nordeste das florestas e regiões de tundra foi uma das áreas mais atingidas. Mais de 100 mil pessoas foram afetadas, dez mil casas foram destruídas e estima-se que os prejuízos cheguem a 91 milhões de dólares.
Como sempre, também a vida selvagem está sofrendo tremendamente. Ursos ficaram famintos uma vez que as inundações destruíram as árvores que fornecem as blueberries, cranberries e lingonberries das quais eles usualmente se alimentam no verão. Depois que foram reportados seis casos de ursos famintos que entraram em casas e esvaziaram refrigeradores, autoridades de Yakutia estão respondendo aos apelos dos moradores dizendo que irão atirar em ursos “agressivos”. As informações são da Care2.
É incomum ursos atacarem humanos e, de acordo com o chefe do departamento de caça da região, Nikolai Smetanin, “é raro ursos serem caçados no local”. Por outro lado, o cataclisma das enchentes e da perda dos frutos levou as autoridades a dizerem que as pessoas podem contatá-las quando houver “uma situação ameaçadora”.
A região russa de Amur – lar de espécies ameaçadas incluindo o Tigre Siberiano, tem sido a mais fortemente afetada pelas inundações, segundo reportagem do Moscow Times. Enquanto as enchentes estão descendo para o Oblast Autônomo Judaico e Khabarovsk, as águas não devem baixar na região de Amur por semanas. Rebanhos de gado afogaram-se em massa ou foram mortos “para prevenir doenças”. O exército russo juntou-se a trabalhadores e voluntários de resgate pra construir barragens e bombear a água; soldados tem sido enviados para guardar casas abandonadas de saqueadores.
Ambientalistas estão relacionando as enchentes ao aquecimento global e também alertando para o fato de que mais partes da Rússia podem vir a enfrentar sérias condições climáticas. O Presidente Vladimir Putin chegou a comportar-se com ceticismo a respeito do aquecimento global no passado, e uma vez emitiu uma comentário jocoso de que os russos “precisariam comprar menos casacos de pele” e que teriam estações de cultivo mais longas. Os incêndios florestais generalizados em 2010 supostamente teriam levado Putin a afirmar que os russos estavam sendo mais “mente aberta” sobre a possibilidade da atividade humana influenciar o clima.
O Presidente percorreu a região inundada de Khabarovsk na semana passada e assim ficou “frente a frente” com as realidades da mudança climática. Mas ativistas e ambientalistas dizem não esperar qualquer alteração nas políticas governamentais que têm colocado consistentemente os negócios e a indústria na frente das preocupações ambientais, de acordo com o Moscow Times.
Os ursos têm sido um símbolo da Rússia desde o século XVII e frequentemente aparecem em contos folclóricos, provérbios, literatura e cinema. Dizendo que “nós respeitamos os ursos, nós os tratamos como se fossem outros caçadores”, Smetanin, o diretor do departamento de caça de Yakutia, acrescentou que “a decisão de atirar em ursos que estiverem agressivos não significa o extermínio de todos os ursos”, tentando assim amenizar e justificar previamente quaisquer ações nesse sentido e novamente adotando a velha postura humana de desconsiderar cada vida animal como algo importante e digno do direito à vida.
A reportagem da Care2 cita que, dadas as críticas globais dirigidas à Rússia por temas sociais polêmicos como a repressão a homossexuais, talvez o governo venha a estar “um pouco mais inclinado a salvar os seus ursos” (como se os animais não tivessem importância simplesmente por suas vidas em si, e precisassem ser bandeira de alavanca de imagem para pautar as ações de um governo).
Por fim, a reportagem diz que, apesar de tudo, os ursos famintos da região de Yakutia estão mais propensos a serem assassinados pelo mero fato de lutarem para sobreviver em uma região alagada como nunca presenciaram antes.

fonte:anda.jor

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