Acredito que por conta da nossa postagem de ontem sobre os Cães de Pompéia, nossa leitora Ivana nos revelou algo que jamais imaginaria. Gostaria muito que lessem... vai fazer muito bem...
Como a Turquia trata seus animais de rua
Por Ivana Maria França de Negri
Entre paisagens mágicas, onde reinam sultões, califas, dançam lindas odaliscas e ecoam os sons dos minaretes das mesquitas chamando os fiéis à oração, um fato me chamou a atenção. Centenas de animais perambulam pelas ruas e praças de Istambul, pela capital Ankara, em Pamukkale, Troia, Éfeso, Pérgamo, Capadócia, enfim, em todo o território turco.
Nos cemitérios, em restaurantes, dentro de museus, igrejas e mesquitas, em lojas, hotéis cinco estrelas, e até nos sítios arqueológicos, há gatos por toda parte. Gordos, sadios, bem cuidados e extremamente mansos, sinal de que ninguém os molesta, ao contrario vi potinhos de água e ração em lugares diversos. Em alguns locais há postos de alimentação, colocados pela prefeitura, onde as pessoas podem abastecer com ração e água. Fotografei tudo para o caso de alguém não acreditar.
As cidades são lindas, mesclando o antigo e o moderno.
Istambul, cercada de 13 km de ruínas das muralhas das Sete Colinas da antiga Constantinopla, muito bem conservada, se torna na primavera um imenso jardim com flores multicoloridas, papoulas e tulipas de matizes diversos.
O hino da nossa Piracicaba diz: “cheia de flores, cheia de encanto”, mas não vejo por aqui jardins floridos como lá. Não temos o costume de plantar flores na primavera como na Europa.
Fiquei encantada com o tratamento que dão aos animais. Ninguém os espanta e nem implica com sua presença. E eles se tornam mais um atrativo turístico. Todo mundo quer fotografá-los e pegá-los no colo.
No cemitério ao lado de uma mesquita, vi centenas deles vivendo em harmonia. Tem comedouros apropriados. Muita gente carrega ração na bolsa quando sai às ruas e vai distribuindo.
Segundo o guia, as prefeituras das cidades recolhem esses gatos, castram, vacinam, e os devolvem ao mesmo local com um picote na orelha esquerda alertando que já foi castrado. São chamados de animais comunitários, pois é a comunidade que cuida deles. Se algum adoece, a prefeitura é acionada, trata, e o leva ao local de origem. Os cães recebem um chip de identificação na orelha e também são castrados e vacinados.
Os pombos, que proliferam em todas as praças, tem comedouros próprios e há chafarizes sempre jorrando água. Em muitos locais vi casinhas coloridas com mosaicos de flores construídas para eles.
Fiquei pensando que aqui em Piracicaba os animais não são bem vistos, pois vira e mexe ficamos sabendo que são envenenados e mortos e muita gente implica com os pombos da praça, com os gatos do cemitério, com as capivaras, enfim, parece que não são bem vindos em lugar algum. E as pessoas ficam pressionando o canil ou as Ongs para recolhê-los, como se fosse viável manter centenas de animais confinados em pequeno espaço.
E eu, como amante assumida dos animais, fiquei até com uma ponta de inveja desse tratamento que se dá aos animais na Turquia e pensando na célebre frase de Humboldt: “Avalia-se o grau de civilidade de um povo pela maneira como trata seus animais”.
“Avalia-se o grau de civilidade de um povo pela maneira como trata seus animais” Essa frase de Alexander Von Humboldt se encaixa muito bem no tratamento que dão aos animais na Turquia. Lá existem os animais comunitários, isto é, os que vivem nas ruas, e as pessoas da comunidade os alimentam. As prefeituras castram e vacinam esses animais e os devolvem ao mesmo lugar onde estavam. Os cães ganham um chip e os gatos já castrados, um pique na orelha esquerda. Se algum ficar doente, é só chamar os veterinários da prefeitura que os tratam e devolvem ao local de origem.
Quem está almoçando ou jantando sempre separa um pouco para os gatos |
Pombos se alimentam num local próprio ao lado do chafariz |
Casinhas construídas para eles |
Casinhas para abrigar pombos que existem em vários locais |
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