Aluno entregou relatório e 355 adesões para universidade em Piracicaba.
Outra estudante se negou a frequentar atividades em sala com cobaias.
O estudante Marcos Fêo Spallini, de 22 anos, elaborou um abaixo-assinado e conseguiu 355 assinaturas contra o uso de animais nas disciplinas de fisiologia e behaviorismo (comportamento) do curso de psicologia da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Junto com o documento, o aluno entregou à coordenação do curso um relatório para justificar a reivindicação, mas ainda não recebeu uma resposta da instituição. No início deste semestre, uma estudante de psicologia se negou a participar das aulas práticas de fisiologia por discordar do uso de cobaias. Ela fez um acordo com a Unimep e passou a realizar atividades extras.
Spallini disse que ingressou na luta pelos direitos dos animais depois do dia 18 de outubro de 2013, quando o Instituto Royal foi invadido e 178 cães usados em experiências retirados do local por ativistas.
"Eu sempre gostei de animais, mas foi nesse momento que despertei para a causa e comecei a pesquisar. Nesse período me tornei vegano, criei um blog chamado 'Holocausto Animal' e comecei a lutar contra o uso de animais no curso de psicologia da Unimep", disse.
O jovem questiona o confinamento de ratos e considera maus-tratos mantê-los sem água durante dois dias para pesquisas na disciplina de comportamento. "É claro que trata-se de maus-tratos deixar um animal com sede. Acredito que existam outros meios para ensinar os alunos, como uma vídeoaula, por exemplo", relatou.
Universidade
Carlos Alberto da Silva, presidente da Comissão de Ética no Uso de Animais da Unimep, disse que a universidade segue todos os padrões exigidos para utilizar animais nas disciplinas. "Todo semestre os professores fazem um relatório justificando o uso de animais nas disciplinas, independente da graduação. Esses pedidos são protocolados e autorizados pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) em Brasília", afirmou.
Sobre o relatório e o abaixo-assinado, Pedro Faleiros, coordenador do curso de psicologia, disse que o material apresenta problemas. "É uma compilação de documentos e traduções de artigos que não condizem com a realidade do Brasil. O material conta também com opiniões próprias. Várias pessoas que não são do curso assinaram, mas a pergunta é específica de quem cursa a disciplina", relatou.
Segundo o coordenador, o relatório foi entregue aos professores, que estão uma resposta. "O processo é burocrático. Primeiro enviei o documento para os professores. Em um segundo momento, o material será encaminhado ao Conselho de Curso, que conta com a participação de alunos", falou. Não há um prazo previsto para a entrega de um posicionamento aos estudantes.
Aula alternativa
A estudante Valdiane Silva se negou a participar das aulas práticas de fisiologia do curso de psicologia da Unimep. Na opinião dela, o uso de animais é incompatível com os preceitos de valorização à vida que os alunos recebem no curso. "Eu não poderia moral nem eticamente participar de atos deste tipo", argumentou.
A estudante Valdiane Silva se negou a participar das aulas práticas de fisiologia do curso de psicologia da Unimep. Na opinião dela, o uso de animais é incompatível com os preceitos de valorização à vida que os alunos recebem no curso. "Eu não poderia moral nem eticamente participar de atos deste tipo", argumentou.
Para compensar a ausência nas aulas, atividades foram inseridas no conteúdo programático após um acordo entre a estudante e a coordenação do curso. "Recebi questionários e um número maior de consultas bibliográficas, o que não desabona em absolutamente nada o aprendizado. Muito pelo contrário, acredito que este método seja muito mais eficiente. É sabido que participar de aulas com uso de animais vivos causa um enorme grau de angústia, tensão e ansiedade aos alunos, o que pode afetar a assimilação do conhecimento", disse.
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