A grande mídia costuma apoiar as pesquisas com animais. Salvo raríssimas exceções, não vemos nos jornais ou televisões as limitações do modelo animal – tampouco os bastidores dessas pesquisas. Quem são os macacos de Miguel Nicolelis? Conheça os bastidores das suas pesquisas.
Miguel Nicolelis é um médico e cientista brasileiro, citado como um dos “maiores” nomes da ciência atual. Nicolelis não quis ficar no Brasil. Seu trabalho é realizado na Universidade Duke, nos Estados Unidos, onde ele já realizou centenas de experimentos sobre a interação cérebro-máquina, além de projetos de pesquisa de doenças como Parkinson.
Endeusado pela mídia, o exoesqueleto desenvolvido por Nicolelis e seus colaboradores será usado, em breve, na abertura da Copa do Mundo 2014. A ideia é fazer um humano quadriplégico usar um exoesqueleto comandado pelas ondas cerebrais:
“Se dois adolescentes usarem este exoesqueleto, a imagem que o mundo terá do Brasil irá mudar instantaneamente.” [Entrevista no Canal Livre, dia 22 de maio de 2011]¹
O que a mídia não mostra são os bastidores da sua pesquisa, envoltos de tortura, sofrimento e dor. Nas pesquisas de Parkinson, por exemplo, Nicolelis abre a cabeça de ratos, induzindo uma condição de perda de movimento do corpo através de lesões propositais, para então, posteriormente, pela estimulação da medula espinhal, voltarem a andar.
A ideia é “imitar” a doença que ocorre em humanos, com tremores parecidos com Parkinson. No entanto, o modelo animal mostra-se pobre para o estudo da doença em questão, uma vez que ele não pode nos dizer sobre a progressão dos sintomas nos humanos e nem mesmo sobre as causas, em nossa espécie.
E quanto ao exoesqueleto que poderá fazer “paralíticos voltarem a andar”? Na prática, a história não é bem assim. O projeto de exoesqueleto não teve origem na experimentação animal, mas sim no avanço tecnológico do atual momento da sociedade. A construção do exoesqueleto seria impossível de ocorrer sem a ajuda de engenheiros especialistas, portanto, o aspecto médico não ocupa o pódio da pesquisa.
Os animais foram usados para a testagem do produto, tendo suas cabeças abertas, especificamente primatas não-humanos. Já a grande conclusão teórica do estudo é exatamente a mesma de Edward Taub: que o cérebro é neuroplástico. Taub, psicólogo, chegou a ser preso por maus-tratos aos animais, mas inocentado em âmbito federal, sendo considerado por muitos um cientista “brilhante”. Taub ganhou o Prêmio Científico da APA (Associação Americana de Psicologia), em 2004.
Assim como Taub, Nicolelis faz experimentos de contenção, onde os animais ficam impossibilitados de se movimentarem, sem qualquer tipo de anestesia ou alívio da dor.
“Nós da neurociência estamos conseguindo reproduzir os sintomas da depressão e de outras doenças mentais em animais.” [Entrevista no Canal Livre, dia 22 de maio de 2011]¹
Nicolelis defende que todas as doenças psiquiátricas são “neurológicas”, por isso a crença de que o modelo animal seria ótimo para encontrarmos uma cura para as mesmas. Porém, qualquer transtorno mental que ocorra em humanos não se assemelha nas causas, na progressão e, também, na complexidade dos sintomas, nos animais. Os aspectos biopsicossociais que fazem parte de tais problemáticas não podem ser reproduzidos, de maneira alguma, em um laboratório. A tese de Nicolelis, desta forma, é reducionista e vai contra as evidências que a psicologia coletou até hoje². Além disso, há um grande fracasso da ciência em eliminar tais doenças – os casos só vêm aumentando. Enquanto isso, bilhões são gastos em um modelo falho.
Mas a principal pergunta que devemos fazer é: temos o direito, moral e ético, de usar os animais em nosso benefício? Somente alguém imoral aceitaria a noção de que os fins justificam os meios na ciência. Matar e torturar animais para que consigamos atingir um determinado fim é a representação perfeita do especismo e da coisificação dos animais³
O Lado Negro dos Experimentos de Miguel Nicolelis
A grande mídia costuma apoiar as pesquisas com animais. Salvo raríssimas exceções, não vemos nos jornais ou televisões as limitações do modelo animal – tampouco os bastidores dessas pesquisas. Quem são os macacos de Miguel Nicolelis? Conheça os bastidores das suas pesquisas.
Miguel Nicolelis é um médico e cientista brasileiro, citado como um dos “maiores” nomes da ciência atual. Nicolelis não quis ficar no Brasil. Seu trabalho é realizado na Universidade Duke, nos Estados Unidos, onde ele já realizou centenas de experimentos sobre a interação cérebro-máquina, além de projetos de pesquisa de doenças como Parkinson.
Endeusado pela mídia, o exoesqueleto desenvolvido por Nicolelis e seus colaboradores será usado, em breve, na abertura da Copa do Mundo 2014. A ideia é fazer um humano quadriplégico usar um exoesqueleto comandado pelas ondas cerebrais:
“Se dois adolescentes usarem este exoesqueleto, a imagem que o mundo terá do Brasil irá mudar instantaneamente.” [Entrevista no Canal Livre, dia 22 de maio de 2011]¹
O que a mídia não mostra são os bastidores da sua pesquisa, envoltos de tortura, sofrimento e dor. Nas pesquisas de Parkinson, por exemplo, Nicolelis abre a cabeça de ratos, induzindo uma condição de perda de movimento do corpo através de lesões propositais, para então, posteriormente, pela estimulação da medula espinhal, voltarem a andar.
A ideia é “imitar” a doença que ocorre em humanos, com tremores parecidos com Parkinson. No entanto, o modelo animal mostra-se pobre para o estudo da doença em questão, uma vez que ele não pode nos dizer sobre a progressão dos sintomas nos humanos e nem mesmo sobre as causas, em nossa espécie.
E quanto ao exoesqueleto que poderá fazer “paralíticos voltarem a andar”? Na prática, a história não é bem assim. O projeto de exoesqueleto não teve origem na experimentação animal, mas sim no avanço tecnológico do atual momento da sociedade. A construção do exoesqueleto seria impossível de ocorrer sem a ajuda de engenheiros especialistas, portanto, o aspecto médico não ocupa o pódio da pesquisa.
Os animais foram usados para a testagem do produto, tendo suas cabeças abertas, especificamente primatas não-humanos. Já a grande conclusão teórica do estudo é exatamente a mesma de Edward Taub: que o cérebro é neuroplástico. Taub, psicólogo, chegou a ser preso por maus-tratos aos animais, mas inocentado em âmbito federal, sendo considerado por muitos um cientista “brilhante”. Taub ganhou o Prêmio Científico da APA (Associação Americana de Psicologia), em 2004.
Assim como Taub, Nicolelis faz experimentos de contenção, onde os animais ficam impossibilitados de se movimentarem, sem qualquer tipo de anestesia ou alívio da dor.
“Nós da neurociência estamos conseguindo reproduzir os sintomas da depressão e de outras doenças mentais em animais.” [Entrevista no Canal Livre, dia 22 de maio de 2011]¹
Nicolelis defende que todas as doenças psiquiátricas são “neurológicas”, por isso a crença de que o modelo animal seria ótimo para encontrarmos uma cura para as mesmas. Porém, qualquer transtorno mental que ocorra em humanos não se assemelha nas causas, na progressão e, também, na complexidade dos sintomas, nos animais. Os aspectos biopsicossociais que fazem parte de tais problemáticas não podem ser reproduzidos, de maneira alguma, em um laboratório. A tese de Nicolelis, desta forma, é reducionista e vai contra as evidências que a psicologia coletou até hoje². Além disso, há um grande fracasso da ciência em eliminar tais doenças – os casos só vêm aumentando. Enquanto isso, bilhões são gastos em um modelo falho.
Mas a principal pergunta que devemos fazer é: temos o direito, moral e ético, de usar os animais em nosso benefício? Somente alguém imoral aceitaria a noção de que os fins justificam os meios na ciência. Matar e torturar animais para que consigamos atingir um determinado fim é a representação perfeita do especismo e da coisificação dos animais³.
Para concluir, além do aspecto técnico, o exoesqueleto de Nicolelis não possui um caráter essencial da medicina, referente à disponibilidade ao público. O caráter emancipatório da medicina cai por terra, uma vez que o acesso é restrito e exclusivista. Enquanto isso, muitos já requisitam o grande Prêmio Nobel para os estudos de Nicolelis.
“A experimentação animal possui três finalidades: dinheiro, poder e títulos” – Dr. Heide Evers [Citado em 1000 Doctors (And Many More) Against Vivisection, 1989, p. 69] [4]
Referências
¹Miguel Nicolelis – Canal Livre (22/05/11) Entrevista Completa. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=7ACCVu4-42c > . Acesso em 29 de abril de 2014.
²Shapiro, K. (1998). Animal Models of Human Psychology. Seattle, WA: Hogrefe & Huber Publishers.
³SINGER, Peter. Libertação animal: o clássico definitivo sobre o movimento pelos direitos dos animais. Editora WMF Martins Fontes. São Paulo, 2010.
[4] Hans, Ed. Ruesch. 1000 Doctors (and ManyMore) Against Vivisection, CIVIS, Massagno, Switzerland, 1989, p.69.
fonte:oholocaustoanimal
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