A primeira audiência do assassinato do cachorro SRD, morto com um golpe de facão no dia 13 de abrile que ganhou repercussão nas redes sociais, aconteceu na manhã de quarta-feira (30), no Fórum Desembargador Leal de Mira, em Macapá. Um protesto em frente ao Fórum pedindo justiça pelo cachorro foi realizado por protetores de animais.
É primeira vez que uma pessoa do Amapá pode ser julgada por crime de maus-tratos a animais. O agressor confesso, Antônio Tieri, engenheiro de 38 anos, disse ter cometido o ato para defender a filha. “Eu estava fazendo o aniversário dela e o cachorro estava atacando várias pessoas lá, inclusive minha filha. No momento que vi quis defender a integridade física dela, e na hora que fui defendê-la o cachorro me avançou e eu me defendi com o que tinha na mão”, disse o acusado de matar o cachorro com um golpe de terçado.
A tutora do cachorro Luiz, Ângela Cláudia, disse que esta versão é desconhecida e que os próprios vizinhos, testemunhas do caso, viram que o cachorro estava sentado e não havia agredido ninguém. “O cachorro só avançou nele porque ele o atiçou. O meu vizinho estava ao lado do cachorro e viu que ele já veio mal intencionado para matar o cão”, disse Cláudia. No dia da agressão ao cachorro, o acusado confessou que estava sobre efeito de álcool.
Uma nova audiência de instrução será marcada no Fórum Desembargador Leal. Devida a grande proporção que a campanha em prol de justiça para o cachorro Luiz tomou nas redes sociais, a Ordem de Advogados do Brasil – Secção Amapá criou uma Comissão dos Direitos dos Animais.
Para Homero Alencar, fundador da Ong Força Animal, este caso revela como as pessoas estão solidárias e reprimem a violência contra os animais. “Não sei qual será a decisão judicial tomada aqui no Fórum. Mas, no mínimo, este agressor vai sair com uma vergonha imensa de ter matado brutalmente um animal indefeso. Todos estão indignados e aderindo a campanha Justiça pelo Luiz e pedindo a punição do agressor nas redes sociais. Pessoas de outros estados e até amapaenses que moram no exterior entraram em contato comigo mostrando apoio à causa”, disse Alencar.
Segundo a Delegacia de Meio Ambiente (DEMA), caso o acusado seja condenado, o engenheiro pode responder por crime de maus-tratos a animais, podendo ficar preso de três meses a um ano e pagar multa, perante a Lei de Crimes Ambientais.
O crime ocorreu no dia 13 de abril no bairro São Lázaro, por volta de 20h30, quando a servidora pública Ângela Cláudia Miranda estava chegando em casa de carro com seus filhos e depararam-se com o vizinho golpeando o cachorro da família com uma terçadada.
Fonte: Jornal do Dia
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