terça-feira, 16 de julho de 2013

Pesquisadores pedem que as pessoas “não matem” ursa mais velha do mundo


Por Patricia Tai (da Redação)
Foto: Care2
Foto: Care2
Ela é a ursa selvagem mais velha que se conhece atualmente no mundo e vive em Minnesota. Seu nome? Número 56. Não é o mais criativo dos nomes. Novamente, o DNR ( Departamento de Recursos Naturais ) de Minnesota não percebeu, em 1981, que estava nomeando um animal extraordinário, como são todos os animais. As informações são da Care2.
Número 56 é uma fêmea de urso negro que o estado americano vem rastreando, via colar com vídeo, desde que ela tinha 7 anos de idade. Em janeiro, ela supostamente completará 40 anos. O time do DNR de Minnesota responsável por esse trabalho diz ter carinho por ela, e nos últimos anos diz ter tido o cuidado de pedir aos caçadores que não atirem nela. Eles contam que, “por sorte”, os caçadores de ursos de Minnesota têm atendido a esse pedido.
“Não se tem histórias de qualquer espécie de urso que tenha vivido tanto tempo na natureza”, disse Dave Garshelis, líder do projeto no DNR, ao Duluth News Tribune. Ele diz isso com base em estimativas obtidas a partir uma ampla pesquisa em dentes tirados de ursos mortos.
Essas estatísticas do DNR vieram da análise dos dentes de mais de 60 mil ursos de Minnesota, e de um milhão de ursos ao redor do mundo. Garshelis considera quase inacreditável que esta ursa tenha sobrevivido a todos os outros ursos, por tanto tempo.
O fato é que poucos ursos selvagens vivem mais de 20 anos. A vasta maioria de ursos mortos por caçadores em Minnesota tem menos de quatro anos de idade. De alguma forma, por 39 anos, a Número 56 fugiu de caçadores, carros, armas de fogo de proprietários de terras, e uma série de outros cenários que rotineiramente matam ursos. De acordo com a reportagem, pode ser que esse indivíduo tenha uma natureza mais cautelosa que os outros.
Mas não se trata só disso.
“Ela ficou longe de casas e armadilhas de caçadores, pelo menos até há pouco tempo”, disse Garshelis. “Mas nos últimos cinco anos, nós temos feito um esforço extra para pedir às pessoas que não atirem nela, mesmo se ela cair em uma armadilha”, acrescentou. Os pesquisadores sabem de pelo menos um caçador que teve a chance de matar Número 56 e escolheu não fazê-lo pois a reconheceu.
“Nós ficamos realmente felizes por isso”, declarou Karen Noyce, uma pesquisadora de vida selvagem da DNR.
O DNR divulgou no YouTube algumas breves imagens de Número 56 em sua toca:
Os pesquisadores determinaram a idade de Número 56 pela contagem de anéis em um dente que eles removeram quando ela entrou no programa de rastreamento. O dente revelava que ela nasceu em Janeiro de 1974. No entanto, a técnica não é exata. Ao longo dos anos, ela teve onze crias, com “28 ou 29 filhotes” no total, segundo a reportagem.
Número 56 é um dos aproximadamente 550 ursos que fornecem informações para o estudo do DNR sobre a reprodução de ursos negros, bem como a sua densidade populacional e mortalidade. Sua idade avançada significa que ela não é mais um membro ativo para o estudo, mas o departamento ainda rastreia seus passos, na esperança de ver quanto tempo ela viverá. Os ursos de idade mais próxima no estudo viveram até 23 anos, bem menos que ela. Um deles era uma fêmea, neta de Número 56.
Com base no mais recente check-up feito em visita a Número 56, ela está saudável, mas mostra sua idade. Suas patas estão com a pelagem cinzenta, e seus dentes estão desgastados. Os pesquisadores esperam que isso não faça com que ela comece a procurar fontes de alimento “mais fáceis” em áreas urbanas e povoadas, o que pode colocá-la em um risco muito maior.
Em quase quatro décadas, somente catorze dos ursos rastreados pelo estado morreram de causas naturais. Os que acompanham Número 56 dizem esperar que também seja assim com ela.
“Nós esperamos que ela morra naturalmente, o que será um final feliz à história”, afirmou Garshelis.
Nota da Redação: Há textos que parecem baseados em algum erro grotesco, parecem ficção, ou pelo menos deveriam parecer ou ser. Deveria ser absurdo que pesquisadores tivessem que pedir às pessoas para não matarem um animal, como se estivessem pedindo um favor. Absurdo também, e chocante, saber que os ursos que morrem alvejados por caçadores ou outros agressores, que os matam por puro prazer de matar, sejam tão jovens. A longevidade desta ursa mostra que é possível a qualquer urso viver até mais de quarenta anos na natureza e com saúde, mas eles têm vivido menos da metade, por culpa da ação criminosa dos humanos.
A reportagem revela dados tristes e preocupantes, como a informação de que, nas quatro décadas do estudo, apenas catorze ursos morreram de causas naturais. Isso quer dizer que todos os outros foram assassinados de uma forma ou de outra.
O texto também dá margem a outros questionamentos. Se eles pedem aos caçadores e outras pessoas que não matem Número 56, isso significa que os demais estão liberados para serem mortos. Por que o estado não coloca um fim nessa tragédia, ao invés de deixar as mortes acontecerem livremente para que virem estatística? O que diferencia o direito desta ursa a viver o máximo possível, do direito dos outros ursos chegarem à idade dela?
fonte:anda.jor

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