Peão compete no estilo Bulldog (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
No Bulldog, o bezerro é solto na arena e corre em disparada, seguido por dois peões a cavalo. Um dos competidores deve derrubar e imobilizar o animal apenas com a força dos braços. Durante a prova na festa de 2011, um animal teve a coluna cervical fraturada, ficou com os membros paralisados e precisou ser sacrificado. Na edição deste ano o evento não praticou a modalidade.
“Nós passamos das barbáries do circo romano onde se faz do sofrimento a diversão. Não sou vegetariano, eu como carne, mas não sou como alguns animais que brincam com a caça antes de comerem”, afirmou o relator do caso e conselheiro do MP Paulo Marco Ferreira Lima.
Bezerro saiu da arena e foi sacrificado na Festa do Peão de Barretos em 2011 (Foto: Reprodução/EPTV)
A reabertura da ação leva em conta a Lei 10.519, de 17 de julho de 2002, que regulamenta a prática de rodeios no país. A legislação proíbe maus-tratos aos animais e não prevê a realização da prova Bulldog.
Os conselheiros pedem na ação que o grupo Os Independentes, responsável pela Festa de Barretos, assine um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo a extinguir a modalidade do Bulldog no evento. Caso isso não aconteça, o promotor do caso – que ainda será designado pela Procuradoria Geral de Justiça – entrará com um pedido para que a prática seja definitivamente proibida.
Segundo Lima, o posicionamento do Conselho será encaminhado para o Grupo Especial de Combate a Crimes Ambientais e Parcelamento de Solo Urbano (Gecap), formados por promotores que poderão propor ações semelhantes em todo o país. “Daqui para frente, nada impede que, se a prova continuar, se aplique uma ação por maus-tratos”, explica o conselheiro do MP.
Risco ao bezerro
Segundo o veterinário coordenador do Centro de Comportamento Animal (Ecoa) – que atende os animais da Festa de Barretos – Orivaldo Tenório de Vasconcelos, da forma como é praticada, a prova Bulldog gera risco ao bezerro. “É uma prova que expõe a integridade física do animal, não tenha dúvida. Não existe um estudo científico para estabelecer uma intensidade de força segura para garantir a integridade do animal”, afirma.
Vasconcelos relata ter sugerido a exclusão da prova do rodeio deste ano. Segundo o veterinário, uma alternativa seria adaptar a modalidade para que o animal seja imobilizado de pé, sem ter o pescoço flexionado.
Os Independentes
Em nota, os Independentes informaram que ainda não foram citados sobre a ação e só irão se pronunciar assim que forem notificados oficialmente.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
verdade na expressão