segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Cadelinha espera por tutor que morreu na porta de hospital em Vitória (ES)



Em Vitória (ES), uma cadela SRD espera pelo tutor há uma semana na porta do hospital São Lucas. O tutor do animal morreu no último sábado (17), vítima de atropelamento.
O homem foi levado de ambulância para o hospital, no bairro Bento Ferreira, e seguido pela cadela por todo o percurso, de acordo com os funcionários que trabalham no hospital. O homem, provavelmente um morador de rua, não foi identificado.
Os funcionários deram o nome de “Princesa” ao animal que está recebendo os cuidados de toda equipe do hospital. O vendedor ambulante, Jackson Oliveira, que trabalha em frente ao hospital, diariamente leva água e ração para Princesa. “Ela recebeu esse nome devido um filme que contava a história de uma menina abandonada. Por isso que colocamos esse nome”, explicou Oliveira.
Uma funcionária do hospital de 45 anos, que pediu para não ser identificada, disse que ela já está sendo conhecida como “cadela do São Lucas”. A funcionária garante que a cachorra é dócil. “Ela brinca com todo mundo que passa pelo hospital. Se eu pudesse levaria para minha casa”, disse.
Todos querem que Princesa seja adotada. “Espero que alguém que tenha condições possa levar para um lugar seguro, já que aqui tem trânsito, movimento de ambulância o que torna perigoso para a cadela. Ela é muito dócil e tenho certeza que quem pegar ela vai se da bem”, frisou Jackson.
Um pano do hospital serve para aquecer o animal, que fica debaixo de um banco de concreto no pátio do São Lucas. No filme, ao cachorro esperou seu dono por 10 anos em frente à estação de trem. No hospital São Lucas, funcionários tentam localizar parentes do tutor de “Princesa”.
Caso semelhante
Foto: divulgação
Uma demonstração de fidelidade também comove direção, funcionários, pacientes e visitantes do Hospital de Caridade de São Pedro do Sul, cidade localizada na região Central do Estado do Rio Grande do Sul. Desde que seu tutor morreu, há quatro meses, um cão transformou o pátio do estabelecimento de saúde em sua nova moradia.
A enfermeira Nair Matias conta que tudo teve início em agosto, quando a ambulância do Samu foi deslocada até a rua Coronel Scherer para socorrer um homem idoso que morava sozinho e passava mal. O cachorro do paciente seguiu o veículo até o hospital e nunca mais deixou o local. Na opinião da enfermeira, o cão ainda imagina que seu tutor permanece hospitalizado.
No hospital, ele tem o carinho dos funcionários, bem como dos profissionais do Samu, dos quais se tornou um mascote e até recebeu um nome carinhoso, Samuka. Segundo a recepcionista Eloir Cristina Rodrigues, os familiares do tutor do cão já tentaram várias vezes levar o bichinho para casa, mas ele volta sempre que surge oportunidade.
Eloir acredita, no entanto, que Samuka está muito triste. Ela explica que o animal se alimenta pouco e vem perdendo suas forças. Ontem foi preciso chamar um veterinário, que examinou o animal e receitou um fortificante.
O caso lembra o filme Sempre ao Seu Lado, com Richard Gere, baseado na história japonesa de um cão que costumava esperar seu dono todos os dias na estação ferroviária. Depois que o personagem de Gere morreu, o animal permaneceu em frente à estação até morrer.

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