O Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) de Santa Bárbara d’Oeste informou ontem que levará à pauta da próxima reunião o caso da Igreja Matriz da cidade, que implantou arames pontiagudos na parte superior do templo para expulsar pombos e resguardar a pintura externa do local – que seriam danificadas pelas fezes dos animais.
A ideia, explicou o presidente do órgão, Antonio Carlos Perencin, é debater a legalidade da medida, considerada “cruel” e “repugnante” por ambientalistas consultados pela reportagem do TODODIA.
“O assunto será debatido na reunião de outubro do Comdema. Os 16 conselheiros vão votar o tema e, constatado que (os arames) podem causar maus-tratos e sendo aprovado pela maioria, podemos notificar a igreja e a empresa que executou a instalação”, disse o presidente do órgão. Se o órgão entender que a medida é ilegal, pedirá a retirada dos arames, que geraram polêmica entre frequentadores da praça onde fica a Matriz, no Centro da cidade. Moradores criticaram a medida, mas outros a defendem.
Perencin adiantou que o procedimento adotado pela igreja “não é o dos mais eficazes” para manter o controle das aves e garantiu que o grupo vai discutir métodos efetivos a fim de resolver o impasse.
Repugnante
O presidente da União Protetora dos Animais de Campinas, Cesar Rocha, criticou a “proteção” implantada pela igreja e falou em procedimento “condenável” e “repugnante”.
“A igreja prega a humanidade, o amor ao próximo e deveria dar o exemplo. Esses arames podem ferir as aves, que não têm a quem recorrer”, declarou.
Para Rocha, a medida é crime ambiental, que infringe a legislação federal 9.605/1998, que veda ferir, mutilar e maltratar animais. “Se colocaram (os arames) a intenção era ferir”, acusou.
Ele sugere a instalação de telas no local para garantir a proteção das aves e disse que o pároco (Jucimar Bitencourt) deve seguir o exemplo do Vaticano.
“Lá pombos vivem livremente e turistas tiram fotos ao lado das aves, afinal, representam a paz”, afirmou.
O ecologista Henrique Padovani, presidente da Associação Paulinense de Proteção Ambiental, disse que a medida é antiecológica e afeta não só os pombos, mas a diversidade das espécies.
“Quem fez esse tipo de procedimento poderá ser enquadrado na lei de crimes (ambientais) por colocar em risco as espécies.”
Fonte: TODODIA
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