(da Redação)
Se o rigor do confinamento físico é frequentemente a primeira coisa a ser mencionada quando se debate a falta de ética da manutenção de animais em zoológicos, para espécies inteligentes e altamente sociais como os paquidermes, a carga emocional do cativeiro pode ser ainda mais profunda – e em nenhum lugar isso pode ser mais claro que na história de uma elefante chamada Joy. As informações são do The Dodo.
Não muito tempo após ter sido capturada na natureza ainda filhote no início dos anos 70, Joy foi transportada ao Zoológico de Greenville na Carolina do Sul (EUA), onde ela começou sua longa permanência como exibição viva e não teve a companhia de outro animal semelhante a ela. Na maior parte dos 30 anos ela permaneceu sozinha, fechada em um recinto tão pequeno que não cumpria nem mesmo as exigências mínimas federais para o espaço que deve ser concedido a elefantes confinados.
Joy foi brevemente movida para um local onde havia outro elefante, mas o animal mostrou-se agressivo para com ela, que foi então enviada de volta para Greenville onde tornou a viver sozinha.
Foi somente em 2006 que as décadas de triste isolamento de Joy finalmente terminaram, quando outra fêmea chamada Ladybird foi transferida para o zoológico. Embora não tenha sido nada fora do comum para o zoológico adicionar outro animal, para Joy, a chegada de Ladybird deve ter sido o dia mais feliz de sua vida.
Elefantes são conhecidos por serem animais que costumam formar ligações próximas com seus companheiros, mais do que quaisquer animais do planeta, e têm sido observados exibindo felicidade em encontros, luto pelas perdas, e oferecendo conforto uns aos outros em tempos difíceis. Não é uma surpresa que a conexão de Joy com sua nova amiga tenha sido tão profunda, uma vez que foi a primeira oportunidade que ela teve para exercer os seus instintos sociais.
Infelizmente, não durou muito tempo. Em março desse ano, Ladybird faleceu, deixando Joy sozinha novamente. Os funcionários do zoológico disseram que a perda da companheira fez com que Joy começasse a demonstrar sinais de depressão.
Ao perceber que eles já não conseguiriam prestar o cuidado adequado à elefante, então com 44 anos de idade, funcionários do zoológico decidiram que ela deveria ser enviada ao Zoológico Cheyenne Mountain Zoo, no Colorado, a centenas de quilômetros, onde poderia viver entre outros elefantes novamente. Então Joy foi carregada em um reboque para a longa viagem no início deste mês – sem dúvida um movimento confuso para a elefante de coração partido que passou quase toda a sua vida em um só lugar.
Em uma das paradas feitas pelos funcionários para checar as condições de Joy, descobriram que ela morreu sozinha naquele apertado trailer, longe do que havia forçosamente sido o seu lar, e ainda mais longe das planícies abertas da África, onde ela nasceu.
Seguindo o protocolo adotado quando um elefante falece em um zoológico nos Estados Unidos, funcionários do Departamento de Agricultura estão investigando a causa da morte, que permanece um mistério após um exame preliminar. Há especulações de que ela possa ter tropeçado e se sufocado sob o seu próprio peso, incapaz de se levantar sozinha naquele pequeno espaço, ou tenha tido um problema médico subjacente mas, sabendo-se da sua triste história, não seria de se surpreender que ela tenha morrido de tristeza.
A maioria das pessoas que passaram pela clausura de Joy durante os muitos anos no zoológico nunca pararam para considerar a sua história, a profundidade de seus sentimentos ou o preço que ela pagou a cada dia para o entretenimento de outros, porém as circunstâncias de sua morte não deixam dúvidas do quanto tudo isso foi difícil para ela.
fonte: http://www.anda.jor.br/
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