“O homem que inspira o terror em quase todos os animais deve ter feito algo para merecer”, sustentava Manuel Vazquez Montalban, escritor e jornalista espanhol. Um pensamento atual e pertinente que tem como protagonista Roberto Baggio. De jogador a caçador: basta uma mudança de sílabas para revelar a nova vida do “Divin codino”, como é conhecido na Itália (algo como o Rabo-de-cavalo-divino). A informação foi publicada no jornal “Il Secolo XIX”.
Desde quando o ex-craque se dedicava a caçar javalis nos pampas argentinos, a notícia era abafada pela distância e pelo fato de ter perdido um pênalti que tirou a conquista da Copa do Mundo de 1994 da Itália. Hoje Baggio não tem mais nada a oferecer à seleção e ao futebol italiano e talvez por isso surja o desejo de empunhar um fuzil para caçar um puma, verdadeiro ou imaginário, que estaria no entorno da praia de Grado, na província italiana de Gorizia, na região de Friuli-Venezia Giulia. O fato causou polêmica e dividiu a opinião pública.
Baggio nunca escondeu sua paixão, mas uma frase dita em confidência a um amigo – “Me chamem e em dois dias eu pego esse puma” – caiu nos ouvidos da imprensa regional e, em pouco tempo, na imprensa mundial.
O instinto matador de Baggio não agradou. “Talvez ele tenha pensado ser titular de uma espécie de licença para matar desde quando lhe foi concebida a cidadania honorária de Grado, no ano 2000. Certamente sua notoriedade não o isenta de cumprir as leis, que valem para todos. Atirar contra um animal, principalmente uma espécie rara como o puma, é um ato de incivilidade, seja na Itália ou na Argentina”, disse Andrea Zanoni, vice-presidente do Intergrupo para o Bem-estar dos Animais no Parlamento Europeu.
Como normalmente acontece, o ex-número 10 entrincheirou-se atrás do clássico “nada a comentar”, confiando sua defesa ao empresário, Roberto Petrone.
O Corpo Florestal foi acionado para encontrar o animal, mas até agora os resultados foram negativos. Suspeita-se que o puma poderia ser uma armação e Baggio, apenas para se manter na mídia, caiu na armadilha das afirmações, mesmo que a caça seja algo que o ex-jogador tenha no sangue. Em sua biografia está assim escrito: “ser capaz de pensar como o animal que você está perseguindo; antecipar os movimentos é estar em igualdade de condições: instinto contra instinto, experiência contra experiência. Muitas vezes tentei explicar a minha relação com a caça, mas nunca consegui. Apenas quem a vive com o meu mesmo entusiasmo e respeito pode entender.”
Além de tudo, Baggio é “fã” de pássaros: coleciona gaiolas que restaura pessoalmente, espelhos par cotovias, moldes, patos de madeiras que pertenceram a Giacomo Puccini, compositor de óperas do final do século XIX.
Os defensores dos animais não deram trégua e, via web, criticaram o ex-jogador.
fonte:anda
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