domingo, 31 de agosto de 2014

Mudar a dieta da população é essencial para evitar o aquecimento global Read more: http://oglobo.globo.com/sociedade/sustentabilidade/mudar-dieta-da-populacao-essencial-para-evitar-aquecimento-global-13787064#ixzz3C1mvlVoy


Dieta com base no excesso carne vermelha aumenta pressões sobre o meio ambiente
Foto: Bloomberg/Dimas Ardian
PUBLICIDADE
RIO — Um novo estudo publicado neste domingo na “Nature Climate Change” sugere que, caso os padrões atuais não mudem, a produção de alimentos sozinha vai alcançar, senão ultrapassar, as metas globais de emissão de gases do efeito estufa em 2050. Segundo os autores da pesquisa, uma mudança para uma dieta mais saudável em todo o mundo é uma importante ação necessária para evitar o aquecimento global.
Com o aumento da população e expansão do modelo de dieta ocidental centrado na carne, apenas o aumento da produção agrícola não dará conta da demanda de alimentos para os 9,6 bilhões de habitantes que o planeta terá em 2050, sendo necessário a inclusão de mais terras para o cultivo.
Dessa forma, alertam os pesquisadores, os custos de produção irão aumentar, assim como o desmatamento, o que vai aumentar a emissão de carbono e prejudicar ainda mais os biomas. Com o aumento da atividade pecuária, os níveis de metano também devem subir.
De acordo com o estudo, caso os padrões alimentares atuais se mantenham, em 2050 as terras destinadas à produção agropecuária terão expandido 42% e o uso de fertilizantes, 45%, em relação aos níveis de 2009. Isso significa que um décimo das florestas tropicais intactas irão desaparecer nos próximos 35 anos.
O avanço do desmatamento, do uso de fertilizantes e das emissões de metano vão levar a um aumento de 80% na liberação de gases estufa na cadeia de produção de alimentos, elevando a produção de poluentes no setor ao patamar projetado para toda a economia global.
— Existem leis básicas de biofísica das quais não podemos fugir — disse Bojana Bajzelj, do departamento de Engenharia da Universidade de Cambridge, que participou do estudo ao lado de pesquisadores do departamento de Geografia da mesma universidade e de colegas da Universidade de Aberdeen. — A eficiência média de conversão de vegetais em carne é menor que 3%. Com o aumento do consumo de carne, mais áreas cultiváveis são transformadas em pastos. As perdas em cada estádio são imensas e com o aumento global no consumo de carne, a taxa de conversão tende a se tornar cada vez menos eficiente, levando ao aumento das terras cultivadas e a liberação maior de gases estufa. As práticas agrícolas não estão necessariamente erradas. O erro é a escolha do alimento.
PUBLICIDADE
Os pesquisadores tratam como urgente a busca de formas de atender a demanda global de alimentos sem expandir as terras para cultivo ou pasto. A produção de alimentos é o principal motor da perda de diversidade e um grande contribuinte para o aquecimento global.
AUMENTAR A PRODUTIVIDADE E REDUZIR O DESPERDÍCIO
Em um dos cenários investigados pelos pesquisadores, o foco foi no aumento de produtividade. A diferença na eficiência de áreas que usam boas práticas e outras, com técnicas ultrapassadas, é imensa. O objetivo de reduzir essa diferença deve ser perseguido, mas mesmo que todas as áreas cultiváveis atinjam altos padrões de produção, será necessário adicionar mais campos para atender à crescente demanda.
Outro ponto que os pesquisadores destacam é o desperdício. Em países pobres e em desenvolvimento, o principal desperdício está nas técnicas de estocagem e transporte. Nos países ricos, o problema está no consumo.
No modelo com o aumento de produtividade em todas as terras cultiváveis, o aumento de emissões de gás estufa crescerá 40% até 2050. Combinando o aumento da produtividade com a diminuição do desperdício, o avanço da emissão será de apenas 2%. Com a adição de dietas mais saudáveis, o modelo sugere que as três medidas combinadas vão resultar numa queda de 48% nas emissões de poluentes em relação aos níveis de 2009.
— Nós criamos um cenário onde todos os países teriam uma dieta mais balanceada, sem o consumo excessivo de açúcares, gorduras e carne. Isso reduziu significativamente as pressões sobre o meio ambiente — disse Bajzelj.
NÃO PRECISA SER VEGETARIANO
PUBLICIDADE
A nova dieta proposta pelo estudo não é vegetariana. Ela supõe duas porções de 85 gramas de carne vermelha e cinco ovos por semana, assim como uma porção de ave por dia
— Não é um argumento vegetariano radical. É um argumento sobre uma dieta mais balanceada e saudável — disse Keith Richards, professor da Universidade de Cambridge e coautor do estudo. — Gerenciando melhor a demanda, com foco na educação alimentar, pode gerar um benefício duplo: populações mais saudáveis e uma redução críticas nas pressões sobre o meio ambiente.
— Nós teremos que descarbonizar completamente a energia e outros setores industriais para não ultrapassar as metas de emissão para evitar o aquecimento global. Isso é praticamente impossível. Então, assim como encorajamos a agricultura sustentável, nós precisamo repensar o que comemos — alertou Pete Smith, professor da fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/sustentabilidade/mudar-dieta-da-populacao-essencial-para-evitar-aquecimento-global-13787064#ixzz3C1mTwP10

Nenhum comentário:

Postar um comentário

verdade na expressão