terça-feira, 7 de agosto de 2012

Brigas de galos geram polêmica no Equador


A proposta de proibir espetáculos nos quais morrem animais abriu um debate no Equador sobre as brigas de galos, uma tradição repudiada por alguns, mas que faz muitos vibrarem. 

O presidente Associação de Criadores de Galo da província de Pichincha, Guillermo Lomas, tem sua própria criação em uma região perto de Quito e assegura que para os que assistem à disputa entre os animais, o palanque onde os galos brigam é o santuário onde se consagra a "devoção" por estas aves. 

A tradição, entretanto, voltou a gerar debate no Equador depois que o presidente do país, Rafael Correa, quis realizar uma consulta popular para decidir sobre aproibição dos espetáculos que resultem na morte de animais

No entanto, a Corte Constitucional modificou o texto e agora a consulta se restringe a decidir sobre o fim dos espetáculos cuja "finalidade" seja matar um animal, o que, segundo Correa, significa que as brigas de galos serão mantidas, uma mudança que gerou alívio nos torcedores de todo o país. 

Nos palanques, é comum que a ave morra, embora esse não seja o objetivo da luta, disse Lomas ao assinalar que se criam galos de briga "para que vençam". Por outro lado, Lorena Bellolio, quem coordena uma coalizão que reúne grupos ambientalistas, destacou que muitas vezes o galo fica ferido nessas brigas e, eventualmente, morre. “Os animais tem o direito de não serem maltratados", ressalta Lorena. 
 Pontos de vista
Para Lomas, os galos não podem ser criados para que sirvam de alimento aos humanos, mas exclusivamente para brigar, pois isso está em seus genes. "Os galos de briga pertencem a uma espécie única, têm características genéticas próprias, por isso não se pode comparar um frango que é criado para engordar a um galo fino que nasce para brigar", diz. O presidente da associação cria quase uma centena de galos de briga e os distribui em espaços conforme suas idades para evitar que se ataquem, embora isso pareça ser uma missão impossível. 

Dezenas de entusiastas de vários cantos do país e inclusive do exterior chegam ao palanque para ver suas aves brigando. O palanque onde são realizadas as rixas no país tem história, segundo Lomas. O lugar ganhou fama pelas grandes brigas que recebeu e também porque foi um dos que se destacou na defesa desta atividade, quando o governo anunciou sua intenção de convocar a consulta popular. "Esta é uma tradição milenar e não seria bom que desaparecesse, até porque atraem dois milhões de pessoas, entre criadores, torcedores e outros envolvidos”, afirma ele. 

Já Lorena afirma que, "com o pretexto de manter a cultura e respeitar as tradições, querem manter coisas que nunca ofereceram nada bom". A defensora dos direitos dos animais disse que as brigas de galos são "um problema social" e ressaltou que alguns homens gastam grande parte de seu salário nessas apostas. 

Para Paolo Ogaz, ativista de uma organização juvenil, a consulta proposta por Correa teve um efeito positivo ao abrir um debate necessário no país e até agora inexistente sobre as polêmicas disputas.
fonte: revistagloborural.globo

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