Parlamento mantém a proibição de touradas para 2012 na Catalunha
16 de julho de 2011
Por Danielle Bohnen (da Redação)
Conforme já estava previsto, o Parlamento da Catalunha fechou rapidamente a reabertura
do debate sobre as touradas, como alguns partidos propuseram. A câmara recusou, com
grande maioria, uma proposta de lei que pretendia voltar atrás na proibição e outra que
queria adia-la para 2015.
O deputado Rafael Luna, encarregado de defender a posição de seu partido, PP, assegurou
que a proposta não pretende “reabrir o debate” da proibição das touradas na Catalunha,
senão “evitar” a sua aplicação prevista para janeiro de 2012, para economizar as indenizações
do setor, por encerramento de atividade e utilizar o fundo para políticas sociais. Disse ainda,
que com a crise econômica, não se pode “dar ao luxo” por um “capricho” desnecessário,
proibindo as touradas. Seu argumento parece mais uma manobra política em favor do setor.
Fachada da praça de touros "La Monumental", de Barcelona, Espanha. Foto: La Vanguardia
Luna diz ainda que as pessoas a serem indenizadas não são somente os proprietários da praça
de touros “La Monumental” de Barcelona, mas também os “funcionários de bilheteria, enfermeiros
e motoristas”, além disso, as compensações deveriam abarcar o encerramento das atividades para
próximos 99 anos, portanto, de acordo com seus cálculos, a dívida de indenizações chegaria entre
300 e 500 milhões de euros.
Já o deputado Josep Rull, do CiU, acusa Luna de “assustar” as pessoas alertando sobre indenizações
astronômicas que não são reais, já que “no pior dos casos, seriam alguns milhares de euros”. Rull
destaca ainda que é um “absurdo” a ideia de compensações por século inteiro, até o ano 2109,
compensando “toureiros que ainda não nasceram ou que nem se sabe se virão a ser toureiros”.
Tanto Rull quanto o deputado Oriol Amorós, do ERC, propuseram a Luna, já que está tão preocupado
com os custos da proibição das touradas, que defenda o fim das milionárias subvenções das touradas.
Amorós chama Luna de “irresponsável” por estimular o pagamento de indenizações às custas dos cofres
públicos a um empresário privado, ao mesmo tempo em que, há alguns anos, o grupo Balañá, vinculado à La Monumental, “dirigiu-se à prefeitura de Barcelona, dizendo que perdia 24.000 euros por tourada”.
Portanto, segundo Amorós, o proprietário da praça de touros de Barcelona será o grande “beneficiado”
com o fechamento de uma das atividades taurinas, que trazem prejuízo.
De acordo com o jornal La Vanguardia, o presidente de Ciutadans, Albert Rivera, discorda, por sua parte,
da posição de Amorós em acabar com as touradas, mas não militar contra os “correbous”, festas taurinas
populares da região.
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