Páginas

sábado, 27 de setembro de 2014

Motoboy salva cão atropelado duas vezes após ser jogado de carro no DF


Cão Bob, que foi salvo por motociclista de Brasília após ser jogado de carro e atropelado duas vezes (Foto: Carolina Mourão/Arquivo Pessoal)

O motoboy Roberto Alexandre Oliveira Alves, de 36 anos, se viu diante de uma das mais difíceis missões na madrugada do último domingo (21) em Brasília: ele presenciou o momento em que um cachorro foi jogado de um carro e atropelado duas vezes no acesso a Taguatinga pela EPTG. Sem dinheiro, ele tenta ajuda para pagar as despesas do animal em um pet shop, além de exames e consultas. Os gastos são estimados em R$ 1,5 mil.
“Na hora em que eu parei a moto para entrar na curva, vi o cão rolando, vindo do alto. Quando fui pegá-lo, veio um carro e passou em cima das patas e logo depois outro veio e passou na coluna”, disse. “Fiquei esperando por 20 minutos para ver se o tutor voltava, se buscava. Vou lá todos os dias. Acho que eu procuro mais o tutor do que o tutor tem interesse nesse cachorro.”
De acordo com o motoboy, o animal sangrava muito pela boca. Ele decidiu colocá-lo debaixo do braço e levá-lo a uma clínica veterinária que atende 24 horas por dia, em Ceilândia.
“Fui cortando o sinal. Tomei pelo menos duas multas por atravessar no sinal vermelho, mas eu não podia deixar o cachorro morrer. Ele estava muito machucado”, afirmou.
Alves diz que foi informado de que a estada do cachorro custaria R$ 600 até segunda-feira. Ele decidiu então passar os R$ 200 que tinha no cartão, que seriam usados para abastecer a moto, e ligar para uma protetora de animais.
Com a ajuda de Carolina Mourão, o motoboy esteve no local para procurar imagens de câmeras de segurança – sem sucesso. A protetora disse que ainda não denunciou o caso à Polícia Civil porque estava se dedicando aos cuidados com o animal, mas que vai procurar a delegacia nesta sexta.
Segundo ela, Bob – como foi batizado – sofreu uma lesão em um disco na coluna e corre o risco de não andar mais. O animal precisa fazer um exame que custa R$ 800, além de passar por veterinários especialistas e possivelmente fazer uma cirurgia.
“A crueldade com os animais domésticos é oculta, e aumentou proporcionalmente com a frustração social, pessoal ou profissional. Os animais sofrem na pele dentro de casa, quando não estão abandonados aos milhares com fome”, disse Carolina.
O motoboy, que nunca teve animais domésticos e mora com a avó, afirmou que pretende ficar com o cão. Ele conta que se apegou ao animal.
“Na hora que eu levei ele, ele ficava olhando para mim, e isso me deixou emocionado. Pensei que tinha que salvar ele e agora quero ficar com ele. Quero ter certeza de que ele vai ficar bem”, declarou.
De acordo com o Código Penal, o crime de maus-tratos contra animais tem pena entre três meses e um ano de prisão. O acusado também pode ser multado pela prática.
Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

verdade na expressão