Juba, de 18 anos, está em um abrigo provisório em Fortaleza
Sobrevivente do Bwana Park, parque temático do Rio Janeiro fechado em 2001 depois que mais de 100 animais foram encontrados mortos em freezers, o leão conhecido como Juba foi levado para um parque de Fortaleza. No local, sofreu novamente maus-tratos, ficou debilitado e era constantemente ferido por outros leões, até ser transferido para o centro de triagem.
Em visita ao local para a análise de uma onça parda, a coordenadora de fauna da Associação Mata Ciliar, a veterinária Cristina Adania, se sensibilizou ao conhecer a história de Juba e se dispôs a trazê-lo para um espaço da ONG em Jundiaí, onde atualmente vive a oncinha Cris,resgatada em setembro deste ano em um canavial de Miguelópolis.
Para a veterinária que trabalha na ONG desde a sua fundação, em 1987, o leão Juba é símbolo de uma triste realidade vivida por animais abandonados e vítimas de maus-tratos no país. “O leão será o primeiro animal exótico que vamos receber e dar abrigo. Pelo seu histórico de vida, ele representa o que vários animais considerados ‘excedentes’ também sofreram, abandonados principalmente por circos”, ressalta.
R$ 50 mil
Segundo Célia Frattini, voluntária da ONG e responsável pela campanha na internet, o custo inicial para a construção de um abrigo para Juba é de R$ 50 mil. “Temos muito espaço, mas não temos um local adequado para recebê-lo. Como nenhum zoológico se interessou por ele, decidimos arregaçar as mangas e tentar trazê-lo para cá”, afirma. Com o dinheiro em mãos, a estimativa é que o espaço seja construído em 45 dias. "Sabemos que o valor é alto demais para juntar com as contribuições que arrecadamos via internet, mas esperamos que alguma empresa nos ajude, mesmo que seja com materiais de construção. Toda ajuda é bem-vinda."
O grupo já arrecadou cerca de R$ 4 mil em doações feitas para uma conta bancária divulgada pela internet. Uma campanha no site vakinha.com.br tenta angariar mais R$ 5 mil. A planta do recinto onde Juba ficará instalado foi doado por uma arquiteta. Aos poucos, sete voluntários envolvidos na campanha se empenham para chegar ao objetivo final.
Uma iniciativa semelhante ajudou o grupo a conseguir um novo lar para o leão Simba, transferido de Campo Grande (MS) para o Rancho dos Gnomos, em Cotia. “O caso do Simba foi mais fácil porque eles já tinham um espaço e a prefeitura doou mais R$ 24 mil. No caso das aves, macacos e animais de pequeno porte é mais fácil conseguir uma transferência. Para os leões, a situação é mais complicada”.
Caso o grupo consiga apoio para a construção do recinto onde Juba passará seus últimos anos de vida, o transporte de Fortaleza a Jundiaí será feito de avião, sem representar riscos para a saúde do animal.
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